A China tem feito investimentos na construção civil e infraestrutura em geral, como transportes e telecomunicações, em muitos países do mundo. Como cada nação tem suas necessidades específicas, a paixão pelo futebol no continente africano acaba se revelando em ações que já foram chamadas de “diplomacia de estádios”.

As ações são altamente simbólicas para demonstrar o interesse da China em ter cada vez maiores parcerias com os países com os quais se relaciona. Um bom exemplo disso é a Copa Africana de Nações 2021, disputada em Camarões a partir de 9 de janeiro.

Como aconteceu em outras edições, o torneio que serve como um “preparativo” para a disputa da Copa do Mundo, teve apoio chinês no financiamento, construção ou renovação de estádios.

Em Camarões, o Estádio de Limbe e o Estádio de Kouekong foram erguidos pela empresa China Machinery Engineering Corporation. Antes disso, construtoras chinas foram responsáveis por três arenas no Gabão, em 2017 (Stade d’Angondjé, Stade d’Oyem e Stade de Port-Gentil), duas na Guiné Equatorial em 2015 e 2012 (Estádio de Bata e Estádio Malabo) e quatro em Angola em 2010.

Na verdade, essa não é uma prática nova. A China havia construido  os chamados de “Friendship Stadiums” (Estádios da Amizade) em países da África nas décadas de 1970 e 1980. Essa retomada deve continuar crescendo nos próximos anos.

Três estádios na Costa do Marfim, que sediará a edição de 2023 da Copa Africana,  receberam ajuda chinesa. O Estádio Nacional, para 60 mil pessoas, já está concluído, enquanto o Stade de San Pédro e Stade de Korhogo, continuam em obras.

Além disso, empreiteiras chinesas estiveram envolvidas na construção ou renovação de pelo menos 12 estádios pelo continente, que não tem relação direta com a Copa Africana de Nações. São eles: Estádio do Zimpeto (Moçambique), Estádio Nacional (Cabo Verde), Estádio Olímpico de Oran (Argélia), Cape Coast Sports (Gana), Moi International Sports Centre (Quênia), Bingu National Stadium (Malawi), Mkapa Stadium (Tanzânia), Samuel Kanyon Doe Sports Complex (Libéria), Mandela National Stadium (Uganda), Bo Stadium (Serra Leoa), Addis Ababa Stadium (Etiópia) e Levy Mwanawasa Stadium (Zâmbia).

Transferência de tecnologia

As construtoras da China atuam em todo o processo de edificação de estádios ou parte deles, com parcerias que envolvem empresas dos próprios países. Isso inclui  a transferência de tecnologia e empréstimos com juros baixos para a realização das obras. Há casos que foram feitas doações das arenas.

As empresas chinesas envolvidas nessa relação são a China Metallurgical Group Corporation, Anhui Foreign Economic Construction Group, Shanghai General Construction, China Overseas Engineering Group, China IPPR International Engineering Corporation, Sheng-Li Engineering e Beijing Construction Engineering Group.

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