A minoria étnica chinesa nu reúne cerca de 30 mil pessoas. Eles vivem principalmente nos condados de Bijiang, Fugong, Gongshan e Lanping, na província de Yunnan, que fazem parte da Prefeitura Autônoma de Nujiang Lisu. Também há nu no condado de Weixi, na Prefeitura Autônoma Tibetana de Diqing.

O povo nu fala uma língua pertencente ao ramo Tibeto-Burmanês  do Filo Chinês-Tibetano. Eles não têm uma escrita oficial e, como muitas minorias étnicas, costumavam manter registos fazendo entalhes em varas. Atualmente, todos eles usam o mandarim para se comunicar. 

História

Acredita-se que os nu são descendentes de uma antiga tribo que habitava as margens dos rios Nujiang e Lancang. Os registros históricos mostram que eles são descendentes tanto dos along, que habitavam nas áreas de Gongshan e Fugong, quanto do povo nusu, que imigrou para Bijiang e Lushui vindo do leste do rio Lijiang e Jianchuan. 

Muito provavelmente essas duas tribos se misturaram, dando origem a um novo grupo, chamado nu. Porém, existem algumas características distintivas de cada grupo que ainda são preservadas nesse povo, que desde 1949 foi oficialmente denominada de povo nu.

Eles dedicam-se principalmente à agricultura, mas também caçam e coletam. Suas principais culturas incluem milho, trigo-sarraceno, cevada, batata e feijão. Os nu também são conhecidos pela produção de vinho. Outras atividades incluem pequenas manufaturas caseiras, como tecelagem, forja de ferro, etc.

Antigamente, os nus eram animistas e adoravam o sol, a lua, as estrelas, as montanhas, os rios, as árvores e as rochas. Nos dias de hoje muitos seguem o lamaísmo e o cristianismo.

Vestimentas

Tanto homens quanto mulheres usam roupas de linho. As mulheres usam túnicas de linho ou algodão com mangas abotoadas à esquerda e saias longas. As meninas costumam usar aventais por cima das túnicas. Eles gostam de usar colares de contas coloridas de plástico. Alguns usam enfeites na cabeça ou no peito com cordões de coral, ágatas, conchas e moedas de prata. É comum usar grandes brincos de cobre, que vão até os ombros.

Os homens vestem túnicas com mangas de linho sobre os calções. A maioria deles cortam o cabelo na altura das orelhas e usam turbantes pretos na cabeça. Quase todo homem usa um cordão de coral na orelha esquerda e uma faca cumprida na cintura.

O povo nu gosta muito de cantar e dançar. Suas canções e danças animadas e diretas enchem o ar. Além disso, tocam flautas curtas, Kouxuang, Dabian, alaúde chinês e outros instrumentos musicais de acompanhamento étnico.

Veja essa interpretação de uma música típica nu

Festivais

Entre as festas tradicionais celebradas pelo povo nu está o Festival das Fadas, também chamado de Festival das Flores. Este é um festival tradicional celebrado perto do dia 15 de março (varia segundo o calendário lunar) e dura três dias. 

A lenda diz que o rio nu costumava inundar nos tempos antigos. Uma garota chamada A-Rong, inspirada na teia de uma aranha, criou uma espécie de ponte de corda, pela qual as pessoas podiam atravessar o rio com facilidade. Cobiçando a beleza de A-Rong, o chefe da tribo Hou tentou forçá-la a se casar com ele repetidas vezes. A-Rong não concordou, então ela fugiu para as montanhas e acabou se transformando em uma estátua de pedra em uma caverna. Para homenageá-la, o povo nu celebra o Festival das Fadas.

Durante esse dia, os nu usam seus melhores trajes tradicionais, seguram flores frescas e reúnem-se ao ar livre, cantando, dançando e contando histórias. Há também jogos com bola (uma espécie de partida de futebol), competições de arco e flecha, etc.

Já o Festival Jijiamu é o Festival da Primavera do povo nu. Dura cerca de 15 dias, desde o final do dezembro até o início do janeiro do calendário lunar.  

Antes do festival, as famílias de todas as aldeias abatem porcos, fazem bolinhos de arroz, preparam vinho e a limpam os seus pátios. Na véspera de Ano Novo, antes de comer, colocam milho e pratos de comida em uma churrasqueira. Em cima dela, são colocadas três xícaras e três pedaços de carne. Depois os familiares rezam por uma boa colheita e um gado forte para o próximo Ano Novo.

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