A etnia chinesa dong habita as colinas verdes da Região Autônoma Zhuang das províncias de Guangxi, Hunan e Guizhou, mas existem comunidades espalhadas por todo o país. Atualmente eles são mais de 3 milhões de pessoas.

A maioria deles são agricultores, cultivando arroz, trigo, milho, milho, batata-doce, algodão, tabaco e soja. Muitos também vivem da extração de madeira e criação de peixes em lagos construídos artificialmente.

De acordo com a maioria dos linguistas, os dong falam a língua Kam-Sui, muito próxima das línguas Tai. Por isso, esse povo também é chamado de kam.

Sem ter uma escrita própria antes de 1949, muitos Dongs aprenderam a ler e escrever em mandarim. Filólogos enviados pelo governo chinês ajudaram a elaborar uma língua escrita Dong com base no alfabeto latino em 1958.

História

Os primeiros registros sobre os dong apareceram durante a dinastia Song (960-1279), quando mudaram para sudoeste em migrações quando fugiam do avanço dos mongóis.

A agricultura desenvolveu-se rapidamente durante a Dinastia Qing (1644-1911) nas áreas dong, como o sudeste das províncias de Guizhou e o sudoeste de Hunan. A produção de arroz aumentou com a melhoria das instalações de irrigação.

Cultura

Os dongs vivem em aldeias de 20 a 30 famílias, geralmente perto de riachos. Existem também grandes aldeias com 700 famílias. Suas casas, construídas em madeira de pinheiro, costumam ter dois ou três andares. As pessoas moram nos andares superiores e o térreo é reservado para animais domésticos e lenha.

Uma característica das aldeias dong são as torres dos tambores, local de referência para rituais, entretenimento e reuniões na aldeia.

A torre do tambor da vila de Gaozhen, na província de Guizhou, é especialmente elaborada. Com 13 andares de altura, é decorado com dragões, fênix, flores e pássaros esculpidos.

Igualmente espetacular é a arquitetura popular envolvida na construção de pontes. Eles usam madeira, arcos de pedra, lajes e bambu na sua construção.

As pontes cobertas que os dong apelidaram de pontes de “vento e chuva” são mais conhecidas por seu estilo arquitetônico único. Cobertas com telhas gravadas com flores, possui nas laterais cinco grandes pavilhões de vários níveis, em forma de pagoda, decorados com esculturas.

A etnia dong celebra muitos festivais, com canto e danças. Os principais são Festival da Primavera, Festival da Nova Colheita, Festival do Brilho Puro, Festival Sama e Festival do Barco-Dragão.

O “canto sublime” do grupo étnico dong reflete a história, a cultura e a sabedoria desse povo. Com uma origem que remonta aos períodos da Primavera e Outono (771-476 a.C.) e dos Reinos Combatentes (475-221 a.C.), esta tradição foi inscrita na Lista do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em 2009

Eles cantam várias músicas sem acompanhamento instrumental ou líder. O canto sublime é executado por diferentes corais diante da torre de tambores. As letras narram a história do povo, exaltando a sua crença na unidade humana e da natureza, promovendo valores morais como o respeito pelos mais velhos e pelos vizinhos.

Veja como é

Vestimentas

Para fazer as suas roupas tradicionais, os membros da etnia usam tecidos de algodão e sedas. Geralmente, as vestes são pretas, roxas ou azuis.

Os homens costumam usar jaquetas curtas com botões frontais. Os que vivem nas montanhas do sul, usam saias sem gola e turbantes. As mulheres usam saias ou calças com bainhas bordadas. As mulheres enrolam as pernas e a cabeça em lenços e usam os cabelos presos em um coque.

Muitas lendas e poemas populares foram transmitidos pelos dong de geração em geração. Canções e danças são aspectos importantes da vida comunitária dong. Os adultos ensinam canções tradicionais às crianças e os jovens as cantam.

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