A etnia chinesa yao é composta por cerca de 3 milhões de pessoas. A maioria vive em comunidades montanhosas espalhadas por 130 condados em cinco províncias do sul da China e numa região autônoma. São elas as províncias de Hunan, Yunnan, Guangdong, Guizhou e Jiangxi, além da na Região Autônoma Zhuang de Guangxi.

A maioria dos yao vive em vales montanhosos, densamente cobertos de pinheiros, pinheiro chineses, bambu e arbustos de chá. O condado autônomo de Jianghua Yao, em Hunan, é conhecido como o “lar dos pinheiros”.

O nome “yao” foi adotado oficialmente após a fundação da República Popular da China, em 1949. Antes disso, eles eram conhecidos por diferentes nomes. Chamados de “tribos selvagens wuling” há cerca de 2.000 anos, os antigos yao viviam nos arredores de Changsha, capital da atual província de Hunan. Dois ou três séculos depois, foram renomeados de “moyao”.

Língua e cultura

A língua yao pertence à família linguística sino-tibetana. Antes de 1949, os yao não tinham uma linguagem escrita. Seus antepassados faziam registros de assuntos importantes entalhando madeira ou tiras de bambu. Mais tarde, eles adotaram caracteres do mandarim. Cópias manuscritas de letras de canções datadas da Dinastia Ming (1368-1644) mostram que a cultura yao é muito antiga.

Desde as dinastias Ming e Qing (1368-1911), a criação de gado e a agricultura eram as principais ocupações dos yao. Eles também viviam da caça, fabricação de carvão e tecelagem. Arroz, milho, batata-doce e inhame constituem seu alimento básico. Também plantam vegetais como pimentão, abóbora e soja. As bebidas alcoólicas e o tabaco são bastante populares.

Seguindo a tradição yao, os habitantes das aldeias costumavam trabalhar juntos na época da lavoura da primavera. Entre 20 e 30 famílias se reuniam e aravam os campos, um após o outro, até que todas as terras estivessem semeadas. Enquanto esse grupo trabalhava, um jovem se tocava um tambor e conduzia as pessoas em um canto, que era repetido por todos.

Até hoje a caça é uma parte importante da vida dos yao. Por um lado, proporciona-lhes uma maior variedade de alimentos; por outro, evita que as suas culturas e florestas sejam danificadas pelos animais selvagens.

No norte de Guangxi, uma refeição popular é o “chá oleoso”. As folhas de chá são fritas em óleo, depois fervidas até formar uma sopa espessa e salgada, misturadas com arroz ou soja. Outro prato apreciado são os “pássaros em conserva”. As aves, depois de limpas, são misturadas com sal e farinha de arroz, guardadas em potes herméticos. Carne bovina, carneiro e outras carnes também são conservadas dessa forma e consideradas uma iguaria para banquetes.

Diferentes festivais são celebrados pelos yao. Os mais populares são o Festival da Primavera, o Festival do Deus da Terra, o Festival do Brilho Puro, o Festival Danu e o Festival Shuawang. Nessas ocasiões, que lembram de batalhas antigas, comem, bebem e dançam em comunidade.

Vestimentas

De acordo com o Livro da Dinastia Han Posterior (25-220), os antigos yao “gostavam de roupas de cinco cores” e andavam descalços.

Até hoje as vestimentas yao mantêm características próprias. Os homens usam jaquetas abotoadas no meio ou à esquerda e geralmente com cinto. As roupas masculinas são geralmente azuis ou pretas, com faixas de bordado colorido.

As vestes femininas variam muito. As mulheres yao gostam de roupas pretas ou vermelhas, com bordados de várias cores. É comum elas usaram prata para fazerem adereços de chapéu, pulseiras, brincos, colares e grampos de cabelo.

A maioria das mulheres yao deixa o cabelo bem cumprido e o enrola sobre a cabeça em um complexo coque, que às vezes é coberto com um pano vermelho e penas de faisão.

Veja como é a comunidade yao (legendas em mandarim e inglês)

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