O Dia Nacional da Imigração Chinesa no Brasil é celebrado no dia 15 de agosto. A data foi instituída pelo projeto de lei nº 42/2018 de autoria do deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), presidente das Frentes Parlamentares Brasil-China e BRICS. A escolha da data faz referência à primeira entrada oficial de chineses em São Paulo, que chegaram na embarcação Vapor Malange em 1900.

O Presidente do Ibrachina, Thomas Law, e o deputado federal, Fausto Pinato, autor do projeto de lei que instituiu o Dia Nacional da Imigração Chinesa no Brasil

História

Os primeiros grupos de chineses foram trazidos de Macau ao Rio de Janeiro por D. João VI para iniciar o cultivo de chá no Brasil. Era sonho do então príncipe-regente repetir na colônia o comércio de chás entre a China e a Europa. As primeiras lavouras começaram no Jardim Botânico da capital fluminense, mas o experimento fracassou. A plantação de chás iniciou em São Paulo anos depois.

A chegada dos primeiros imigrantes marcou a história do Rio de Janeiro e ganhou uma homenagem: a Vista Chinesa. O mirante construído em estilo chinês em 1903 fica no Alto da Boa Vista, próximo à antiga estrada que ligava o Jardim Botânico a um dos pontos de repouso dos passeios da família imperial conhecido como Mesa do Imperador.

Vista Chinesa, no Rio de Janeiro (Foto de Rafael Duarte)

O fluxo migratório ganhou força a partir da década de 1950 por causa dos conflitos que aconteciam na China nesta época. O movimento se intensificou com a abertura do país asiático ao ocidente na década de 1980, possibilitando a vinda de empreendedores chineses para o Brasil. As relações entre os dois países se estreitaram desde então, estimulando o intercâmbio social, cultural e econômico.

Diversas transnacionais chinesas atuam hoje no Brasil nos mais diversos setores. Essas empresas trazem ao país características da “nova China” voltada para a tecnologia, estimulando a inovação e o desenvolvimento. Entre as transnacionais no Brasil estão a Chery Motors e a JAC, ambas atuantes na produção de automóveis em solo nacional.

“É este empreendedorismo com feições globais que a China exporta hoje. São jovens profissionais altamente qualificados, cosmopolitas, que chegam para trabalhar em empresas das quais são gerentes. Após mais de 100 anos de integração, a cozinha típica, as artes marciais, os conhecimentos próprios em medicina e as técnicas especiais de terapias são alguns dos grandes legados que se incorporam à nossa cultura”, afirmou a senadora Marta Suplicy (MDB-SP) na Comissão de Educação, Cultura e Esporte.

Estima-se que no Brasil vivam cerca de 300 mil chineses. Segundo dados da Polícia Federal, os chineses representam cerca de 5% do número de imigrantes registrados no país. Mesmo com a receptividade do povo brasileiro, os imigrantes enfrentam alguns desafios como as diferenças culturais e questões sociais. Por ser diferente do mandarim, a língua portuguesa se torna outro obstáculo para os recém-chegados.

 

O Ibrachina

O Ibrachina promove o intercâmbio sociocultural entre o Brasil e a China através de ações que superam as barreiras e fortalecem as relações entre os dois países. O Instituto realiza diversas atividades que apresentam uma nova visão sobre o país asiático voltado para a tecnologia, o desenvolvimento e a educação, sem deixar de lado a tradição milenar chinesa.

Celebração do Ano Novo Chinês promovida pelo Ibrachina e pelo Instituto Confúcio para Negócios FAAP reuniu a Dança do Leão e o Olodum

Um dos objetivos do Ibrachina é promover o desenvolvimento humano através de ações de educação destinadas ao aprendizado, ensino, pesquisa e divulgação das culturas do Brasil e da China. O Instituto também fomenta atividades socioculturais de estudo, seminários, cursos, palestras e outros eventos que facilitam a troca de experiências entre os dois países.

Entre as iniciativas realizadas pelo Instituto para valorizar a história da comunidade chinesa no Brasil está o documentário sobre o movimento imigratório. O projeto apresenta a história de três imigrantes chineses que moram em São Paulo e conta com a participação do dono do restaurante China Lake, Sr. Hu Yu Guang, o médico e professor aposentado da USP, Dr. Wong Chiu Ping e a comerciante Sra. Shu Hsiang Shieh.

Compartilhar.