O livro “Clarice Lispector e o clássico chinês I Ching: símbolos em convergência” (Editora Unesp) analisa a influência da obra chinesa na vida da escritora brasileira. Escrita pela pesquisadora Marília Malavolta, a obra analisa vários aspectos da obra da poetisa brasileira falecida em 1977, mas que mantém sua influência na literatura do país.

Conforme a editora da UNESP “O livro reúne e destaca múltiplos exemplos de um aspecto recorrente da poética de Clarice Lispector (a imagem de aderência), apontando sua consonância com um elemento (o Aderir) do clássico chinês”.

Sabidamente, a prática de consulta ao I Ching marcou a vida de outros autores brasileiros como Caio Fernando Abreu, Paulo Leminski e Cristóvão Tezza. 

“Presumir como unicamente oracular o contato da autora com a obra chinesa limita a abertura de novas vias de acesso à complexidade de seu trabalho e as surpreendentes convergências entre Lispector e o campo das artes orientais, em especial a chinesa”, afirma Malavolta. 

Ao analisar a obra clariceana, Marília percebeu que “o I Ching oferece o uso de signos representacionais, e, portanto, mais afins aos anseios de escrita da Clarice: traços, ideogramas e símbolos. Eu diria que sua presença na obra de Clarice responde, de um lado, por uma certa continuidade criativa, de natureza, portanto, intuitiva, e, de outro, por uma apropriação estética”.

Com 166 páginas, o livro está disponível no site da UNESP por R$ 64 reais.

Compartilhar.