O Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento é celebrado anualmente em 21 de maio. A UNESCO criou a data comemorativa para destacar o papel da diversidade natural e cultural do mundo e ressaltar que culturas e civilizações podem contribuir e promover o desenvolvimento.

O Brasil é chamado de “caldeirão cultural” pelo seu histórico como nação que, desde sua fundação, reuniu pessoas vindas de vários continentes. Aqui esses povos convivem em harmonia, contribuindo para o desenvolvimento do país. Nesta data, vamos destacar a relação entre chineses e brasileiros.

A imigração chinesa no Brasil começou em 1812, após a decisão de Dom João VI de introduzir a cultura do chá no país. Em 1812, o navio Vulcano chega ao Rio de Janeiro trazendo 200 chineses cultivadores de ervas, que trouxeram mudas e sementes de Macau para a fazenda da família imperial, onde atualmente fica o Jardim Botânico Real.

Em 15 de agosto de 1900, atracou no porto de Santos, litoral paulista, o navio a vapor Malange, vindo de Portugal e trazendo trabalhadores chineses para lavouras de café no interior do estado. O registro de 119 homens chineses, com idades entre 20 e 40 anos, consta nos arquivos da antiga Hospedaria dos Imigrantes, hoje Museu da Imigração.

O fluxo migratório ganhou força a partir da década de 1950 e o movimento se intensificou com a abertura do país asiático ao ocidente na década de 1980, possibilitando a vinda de empreendedores chineses para o Brasil. As relações entre os dois países se estreitaram desde então, estimulando o intercâmbio social, cultural e econômico.
Estima-se que no Brasil vivam cerca de 300 mil chineses. Segundo dados da Polícia Federal, os chineses representam cerca de 5% do número de imigrantes registrados no país. Conforme o governo de São Paulo, o estado abriga “90% da comunidade chinesa no Brasil, além da maior parte das empresas chinesas instaladas no nosso país”.

Diálogo e intercâmbio

Entre as diversas ações do Ibrachina pela valorização dos laços históricos entre chineses e brasileiros, destaca-se a inclusão das celebrações do Ano Novo Chinês no calendário oficial do Brasil. O Projeto de Lei 300/21, de autoria da deputada federal Clarissa Garotinho, está em fase final de tramitação na Câmara dos Deputados.
Um marco importante nas relações Brasil-China foi a oficialização do Dia Municipal de Comemoração Sociocultural Ibrachina e o Festival da Lua em São Paulo. A data foi instituída em 2019 pela Lei 17.197, de autoria da vereadora Adriana Ramalho, como reconhecimento à importância da cultura chinesa em São Paulo e reforço dos fortes laços entre os povos das duas nações.

O Festival da Lua, ou Festival de Meio do Outono, é uma data importante no calendário chinês. Por isso, o Ibrachina e o Chinese Club Bridge in São Paulo realizam o Mid-Autumn Festival Experience, em São Paulo.

Sempre promovendo o diálogo e a integração, o Ibrachina valoriza a cultura chinesa, que faz parte da construção da identidade brasileira. No campo cultural, o Ibrachina trouxe o grupo musical Olodum para as celebrações do Ano Novo Chinês de 2019, que resultou em uma parceria para atuarem juntos no campo artístico.

Outro destaque foi o desfile da Escola de Samba Unidos de Vila Maria, no Carnaval de 2020. A agremiação fez uma homenagem à China em seu desfile no sambódromo do Anhembi. Em parceria com o Ibrachina, a agremiação contou a história do país asiático por meio de elementos da cultura chinesa, das tradições milenares à modernidade inovadora e tecnológica.

A criação do Ibrachina Musical Project também é um passo importante nessa integração.
O grupo faz versões contemporâneas de músicas chinesas, adaptadas para a cultura do Brasil. São vários videoclipes produzidos, com vocais em mandarim e português. Todos estão disponíveis no canal do Ibrachina no Youtube.

A popularização do mandarim entre os brasileiros e a difusão da cultura chinesa é o objetivo do Chinese Bridge Club in São Paulo. Fundado em 2021, a sucursal na cidade de São Paulo é a primeira do Brasil e a 14ª no mundo. Entre as ações promovidas estão noite de Karaokê em mandarim e a Noite de Cinema Chinês, com exibição de filmes chineses com áudio original.

Para o futuro próximo, o Ibrachina trabalha na construção de uma Chinatown em São Paulo. O projeto está sob avaliação do governo paulistano e da Câmara de Vereadores e tem apoio de empresas e da comunidade chinesa na cidade.

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