No Ocidente, geralmente atribui-se ao alemão Johannes Gutenberg a invenção da imprensa ou, mais precisamente, do sistema mecânico de tipos móveis que deu início à Revolução da Imprensa, em 1439.

Contudo, a arte tipográfica é uma das grandes contribuições chinesas para a história do mundo. O artesão chinês Bi Sheng (990-1051 d.C.) é reconhecido como o inventor da primeira tecnologia de tipo móvel do mundo. O sistema de Sheng, usava porcelana chinesa e foi desenvolvido por volta do ano 1041, durante a Dinastia Song Medieval.

Na China antiga era usada uma técnica chamada “impressão em bloco”, com imagens e textos em blocos de madeira posteriormente mergulhados em tinta, num sistema que lembra a xilogravura.

O grande avanço de Bi Sheng foi o “método de tipos móveis”, onde cada caractere era esculpido em pequenos blocos individuais. Esses blocos podiam ser organizados e rearranjados em uma prancha de impressão, permitindo a composição flexível de textos e a produção de cópias em grandes quantidades.

Isso permitia uma produção mais rápida e econômica de livros, incentivando a disseminação do conhecimento e o desenvolvimento da educação. Essa inovação teve um impacto profundo na cultura chinesa, além de influenciar posteriormente a disseminação da imprensa por todo o mundo.

Apesar da contribuição dos chineses ter sido menos difundida globalmente do que a de Gutenberg, é inegável que a invenção da imprensa na China foi um marco histórico de grande relevância. Ela demonstra a riqueza da cultura chinesa e sua capacidade de gerar inovações significativas que moldaram a sociedade em várias áreas.

A impressão com tipos móveis de Bi Sheng teve um impacto cultural e linguístico significativo. Antes da invenção, a escrita chinesa era baseada em caracteres complexos e de difícil reprodução manual. Com a imprensa, a reprodução dos caracteres tornou-se mais precisa e padronizada, permitindo uma maior uniformidade e disseminação da língua escrita. Isso contribuiu para a consolidação do idioma chinês como uma forma de comunicação amplamente utilizada e compreendida.

Reconhecidamente, a invenção da imprensa abriu caminho para o desenvolvimento de outros campos do conhecimento, como a ciência, a medicina e a filosofia. A disponibilidade de livros em maior quantidade e variedade permitiu o compartilhamento de conhecimentos e ideias entre estudiosos, fomentando avanços intelectuais e científicos na China e além de suas fronteiras.

Neste contexto, a imprensa se destaca como uma das Quatro Grandes Invenções da cultura chinesa, (四大發明). Ao lado da pólvora, da bússola e do papel, simboliza a contribuição chinesa para o progresso da humanidade. Essas invenções transcendem as fronteiras geográficas e culturais, deixando um grande legado.

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