Os hutongs são ruas ou becos estreitos formados por pequenos edifícios tradicionais, dispostos em conjuntos de quatro ao redor de um pátio. As ruelas se cruzam e serpenteiam pelas quadras de maneiras confusas – muitos turistas acabam se perdendo quando não estão acompanhados por um guia ou um local. A largura dos hutongs pode variar entre 40 centímetros e 10 metros. São frequentemente vistos nas áreas centrais de cidades que ficam ao norte da China, entre elas, Pequim.
Os hutongs ganharam força durante as dinastias Ming (1368 – 1644) e Qing (1644 – 1912), quando os militares e as classes mais abastadas da sociedade chinesa começaram a construir suas residências em torno da Cidade Proibida. Uma das mais famosas residências da corte chinesa é o Grande Pátio da Família Qiao, na província de Xanxim (foto abaixo). A plebe também construiu residências no mesmo formato nos arredores da capital mas, sem planejamento, acabaram com conjuntos de edifícios dispostos aleatoriamente que formaramo ruas e becos mais estreitos.
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Cada hutong tem seu próprio nome, que informa sobre sua origem, localização ou histórico. Boa parte das residências não possui banheiro, por isso é muito comum ver seus habitantes indo aos banheiros comunitários ou então lavando roupas nas zonas comuns da região. As crianças brincam nas ruas enquanto os mais velhos seguem com suas atividades cotidianas. E não é surpresa ver pessoas circulando vestindo seus pijamas: os hutongs são verdadeiras comunidades familiares.
Com o passar dos anos e com o crescimento da cidade, muitos hutongs deram lugar a edifícios modernos e mais amplos. Dos cerca de 6 mil bairros existentes em 1949, sobraram menos de mil – muitos deles se tornaram atrações turísticas. O governo de Pequim tomou algumas medidas para preservação desses espaços históricos. Vivenciar o dia a dia dessas vizinhanças é entrar em contato com a cultura tradicional e com o passado da sociedade chinesa.
