Shenzhen é uma metrópole de 12 milhões e meio de habitantes. Para muitos, ela é uma espécie de Eldorado tecnológico, comparável ao Vale do Silício norte-americano.

A cidade é lar de gigantes como Huawei, segunda maior fabricante mundial de smartphones e líder em redes de telecomunicações. Com faturamento anual de 250 bilhões de reais, a empresa tem 180.000 funcionários em 170 países e lidera o mercado de celulares na Ásia.

Centro da inovação chinesa, a metrópole não é apenas o paraíso do hardware. Também é o local de nascimento da Tencent, uma das maiores empresas de tecnologia do planeta. Criadora do WeChat – uma espécie de WhatsApp chinês, que tem 1,2 bilhão de usuários – além de ser a maior empresa de games do planeta, responsável por sucessos como League of Legends.

Produtos eletrônicos e mecânicos representam quase 80% da produção local, que exporta para o mundo todo. Ali também fica a principal fábrica da Foxconn, maior  fornecedora de peças da Apple, e a Netac, que fabrica discos rígidos e cartões de memória. Além delas, Shenzhen sedia mais de 8.000 empresas de alta tecnologia. O PIB da cidade é o terceiro maior da China e equivale ao da Irlanda.

Sua história é impressionante. Até 1980, a cidade era uma vila de pescadores com pouco mais de 30 mil moradores na região, conhecida como o Delta do Rio da Pérola. Tudo mudou quando o presidente Deng Xiaoping declarou Shenzhen a primeira “zona econômica especial” do país.

Isso a tornou um atrativo para o liberalismo e começou a atrair a iniciativa privada. Dentro de alguns anos a região de Shenzhen passou a ser o mais importante fornecedor mundial de componentes eletrônicos. O cenário urbano foi acompanhando as mudanças. Quem visita a cidade hoje vê centenas de arranha-céus e fábricas gigantescas.

Segundo Juan Du, professora de arquitetura na Universidade de Hong Kong, Shenzhen é o centro urbano que mais depressa se transformou em uma megalópole na história. Em 1979 sequer possuía o status de cidade. Atualmente possui 49 edifícios que superam os 200 metros de altura, incluindo o segundo mais alto do país, de quase 600 metros.

Segundo o jornal South China Morning Post,  para tornar o setor industrial da cidade mais eficiente, o governo criou em 2019 uma aliança reunindo as grandes empresas de tecnologia do país. A União de Shenzhen para Internet Industrial reuniu 10 empresas, incluindo Huawei, Tencent, China Unicom e Foxconn, traçando a rota para o desenvolvimento de tecnologias de Indústria 4.0.

Essa “internet industrial” engloba tecnologias emergentes como redes 5G, big data, inteligência artificial e internet das coisas (IoT). “O desenvolvimento da internet industrial é uma estratégia nacional que necessita da cooperação entre diferentes setores”, disse Wang Lixin, vice-prefeito de Shenzhen, durante o anúncio da parceria.

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