A professora Wang Yili, responsável pelo canal do TikTok yili.oichina possui mais de um milhão de seguidores. Nascida na China, ela faz sucesso com vídeos em português falando sobre seu país natal.

Ela concedeu uma entrevista ao Diário do Povo Online, onde contou que veio para o Brasil em 2007. “Foi a primeira vez que saí da China. Acho o clima do Brasil agradável e o povo brasileiro muito simpático”, diz. Ela trabalhou arduamente para superar a barreira linguística, sendo recompensada com várias ofertas de universidades conceituadas do Brasil.

Durante a universidade, serviu de intérprete em várias conferências internacionais. Em 2014, trabalhou como intérprete simultânea da “6ª Cúpula dos líderes do BRICS” realizada no Brasil, ficando conhecida como “a mais jovem intérprete na cúpula”.

“Além de trabalhar como tradutora, também administo uma escola de idiomas. Devido ao aprofundamento da cooperação econômica e comercial entre a China e o Brasil, muitas empresas chinesas fazem negócios no Brasil. Há cada vez mais brasileiros que sentem a necessidade de aprender chinês e entender a cultura chinesa. Neste momento, precisamos de ajudá-los a construir esta ponte “, disse ela.

Queria tornar o meu país conhecido

Wang deu início à sua carreira de “influencer” publicando vídeos curtos sobre a cultura chinesa no TikTok, atraindo vários curiosos. De milhares de curtidas inicialmente, em apenas um ano passou a centenas de milhares. Atualmente, sua conta já tem mais de 11 milhões de curtidas.

Seu primeiro vídeo, com uma música chinesa,  foi lançado em abril do ano passado. Ela usa comunicação não verbal para expressar o conteúdo da letra. No entanto, à medida que a epidemia no Brasil se tornou cada vez mais grave, algumas vozes agressivas também surgiram. Ela mencionou: “sempre achei que a cultura brasileira é diversa e inclusiva, e o povo brasileiro caloroso e amigável. Não esperava que houvesse tantos brasileiros desinformados, preconceituosos e tanta discriminação contra a China. Isso me deixou muito triste e indignada, então comecei a fazer vídeos para lhes responder”.

Um dos vídeos de Wang, “Você odeia a China, mas …”, ultrapassou 350 mil visualizações. No vídeo, ela respondeu aos comentários de internautas que afirmam não quererem usar produtos chineses. Sempre sorrindo, ela afirma: “A CoronaVac é da China; os insumos da vacina de Oxford são da China… A energia elétrica de 14 estados do Brasil é transmitida pela empresa chinesa State Grid. E se já tirou tudo isso da sua vida para não usar nada da China, é melhor parar de assistir a este vídeo, porque o TikTok também é da China. E talvez seja melhor largar seu celular também, porque as peças do seu celular, seja iPhone, Samsung ou LG, são da China…”.

Wang disse que “muitos brasileiros que me apoiam após este vídeo (…) Sinto-me muito orgulhosa. Normalmente, os influencers vendem produtos no TikTok, no entanto, eu queria apenas tornar minha pátria conhecida”.

Os jovens podem dar seu contributo em intercâmbios não governamentais

Sendo chinesa, Wang acredita ter a responsabilidade de informar o mundo sobre a China. “Eu nasci na China e amo muito minha pátria. Durante o surto da pandemia do novo coronavírus e as recentes inundações ocorridas em Henan, muitos médicos e equipes de resgate são da minha geração, pós-1990. Agora nos tornamos a principal força da sociedade e também representamos a nossa pátria. Fazemos o que é preciso fazer. Podemos realizar um excelente trabalho de comunicação não governamental. Acredito que, se os jovens se unirem, o ocidente compreenderá melhor a China e haverá menos mal-entendidos”, encerrou.

* Publicado originalmente no Diário do Povo Online.

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