Sentir a música. Esse é o principal lema de um dos corpos de balé mais famosos do mundo. A China Disabled People’s Performing Arts Troupe, criada em 1987, reúne bailarinos e músicos com surdez ou cegueira. O grupo, que é referência mundial na arte performática e inclusiva, compõe um importante braço da China Arts and Entertainment Group – CAEG – a maior empresa de atividades  culturais da China.

Tanto em ensaios como no palco, os profissionais se guiam por auto-falantes e por gestos de mão, trazendo autonomia ao grupo. A companhia já se apresentou em mais de 100 países dos cinco continentes, participou da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Pequim em 2008, e em 2022 abrirá as Olimpíadas de Inverno na capital chinesa. De acordo com os diretores, a trupe arrecadou cerca de 5 milhões de yuans (cerca de R$4 milhões) para projetos de apoio à pessoas com deficiência.

O treinamento dos bailarinos não é fácil. “O maior desafio para nós é que não podemos ouvir a música”, declarou Wei Yujie, uma estudante da escola, em entrevista à Reuters. “Portanto, temos que usar nossas mãos e sentir as batidas da música para aprender”, disse ela.

Enquanto os dançarinos se alinham para aprender repertórios diferentes, os professores dão instruções em linguagem de sinais. Às vezes, os dançarinos respiram na nuca de seus companheiros de grupo para que saibam quando sacudir o braço ou girar a mão no ritmo da música. Apesar das dificuldades, os dançarinos se sentem gratos por atuarem como embaixadores da cultura chinesa.

Em 2019, a trupe se apresentou pela primeira vez no Rio de Janeiro e em São Paulo com a turnê “My Dream”. Confira neste vídeo a performance de uma das coreografias mais icônicas do grupo, chamada “Dança das Mil Mãos:

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