A Chinatown de Havana, chamada de “Barrio Chino” é peculiar porque a quantidade de chineses em Cuba é diminuta. 

Esse Bairro Chinês fica na região central da capital, nas proximidades do Capitólio Nacional de Cuba, mais especificamente entre as Calles [ruas] Amistad e Dragones. De estrutura diminuta, atualmente cobre a área de cinco ruas.  

Registros históricos mostram que cerca de 150 mil chineses migraram para Cuba entre 1847 e 1883. Eles foram contratados naquela época para trabalhar nas plantações de açúcar, fumo e café. 

Na década de 1920, a Chinatown de Havana tornou-se o maior bairro asiático da América Latina, um movimentado centro industrial que abrigava restaurantes, lavanderias, farmácias, teatros e mercearias. 

Segundo os historiadores, o Barrio Chino chegou a abrigar cerca de 10.000 chineses e descendentes, ocupando aproximadamente dez quarteirões. Eles mantiveram viva sua língua e estilo de vida. Por isso, entre outras coisas, abriram uma gráfica e chegaram a ter três jornais em circulação. 

O teatro chinês Águila de Oro era bastante popular, com intensa programação, incluindo espetáculos de acrobacia, artes marciais e as tradicionais óperas. Localizado na esquina das Calles Rayo e Cuchillo, foi posteriormente transformado em um cinema que até hoje exibe produções originárias da China. 

A medicina chinesa também foi introduzida pelos imigrantes em Cuba. O maior exemplo disso foi a abertura de uma grande farmácia, que passou a disponibilizar uma ampla gama de medicamentos – principalmente de natureza homeopática. 

Com mais de um século de existência, a “Farmacia China” da Calle Zanja, permanece aberta até hoje. Embora focada originalmente na comunidade chinesa, sempre foi muito popular entre os cubanos e contribuiu para mudar os hábitos de saúde da população da ilha, onde a homeopatia é bastante popular. 

O declínio da Chinatown de Cuba começou no início dos anos 1960, quando milhares de chineses preferiram se mudar para os EUA por causa da situação política do país, que decidiu nacionalizar os pequenos comércios.  

Mesmo assim, a tradição do bairro foi preservada graças aos anciãos chineses que ainda moram lá. Continuam ativas algumas sociedades recreativas chinesas. São pequenos negócios locais que incluem bar, pousada, restaurante e algumas com um cassino. 

Durante muito tempo a Calle Zanja foi o coração da Chinatown de Havana, mas atualmente a Calle Dragones preserva melhor o ambiente típico, que inclui a maioria dos restaurantes chineses. 

A região continua sendo palco de atividades culturais, em especial a celebração do Ano Novo chinês. Além disso, o bairro ainda conta com a sede do Instituto Confúcio, que atua no país em parceria com a Universidade de Havana.

Reconhecendo o potencial turístico daquela área, em 1996 foi criado do Grupo Promotor del Barrio Chino, que realizou um amplo projeto sociocultural para o resgate da cultura chinesa em Cuba. Com apoio do governo local, foi realizada uma revitalização do bairro, com placas de rua em mandarim, a reforma do  grande arco em forma de pagode na entrada da Calle Amistad e incentivos para empresários chineses locais promoverem seus restaurantes. 

 

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