A cultura Nuo engloba diversos elementos ritualísticos que surgiram no período neolítico na região conhecida hoje como Jianxi, província essencialmente rural. Seu nome surgiu a partir da expressão “nuo”, entoada pelos participantes dos rituais. O caracter “nuo” se refere a exorcismos praticados por pessoas mascaradas. As cerimônias são classificadas como herança cultural da China e tem o objetivo de expulsar os maus espíritos.
Esse conjunto de costumes antigos consiste em danças, máscaras e até templos. É considerado por muitos o início do teatro de máscaras no país. O primeiro registro de uma cerimônia Nuo foi feito em ossos e cascos de tartaruga na Dinastia Shang (1600 a.C. – 1046 a.C.). A celebração cresceu ao longo dos anos e passou a ser praticada também por membros da corte durante a Dinastia Chou (1046 a.C. – 256 a.C.).
No vídeo abaixo, é possível ver um pouco desta tradição (em inglês):
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Os agricultores chineses costumavam associar doenças e desastres ecológicos aos maus espíritos. Para preservar suas plantações, começaram a se reunir para as cerimônias. Confeccionavam máscaras que representavam deuses e demônios. A dança era uma forma de repelir as forças negativas e pedir proteção divina. É realizada tradicionalmente ao longo do 12º mês do calendário lunar.
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As máscaras dividem o centro das atenções das cerimônias ao lado da dança. Cada uma corresponde a um deus diferente e possui história própria. As primeiras foram feitas em bronze, mas o material foi substituído pela madeira. O ornamento é tão importante dentro desta cultura que passa de geração para geração, como uma joia. De acordo com a tradição, somente os homens podem confeccionar, usar e guardar as máscaras. Durante a cerimônia, aqueles que as usam ficam “possuídos” por uma entidade divina e não podem falar ou se movimentar livremente.
A modernidade exigiu adaptação para que a cultura Nuo resistisse ao avanço do tempo. Algumas máscaras ganharam olhos e mandíbulas articulados para reforçar seu efeito aterrorizante. As cerimônias realizadas atualmente perderam o tom ritualístico e tornaram-se performances artísticas. Entretanto, o objetivo continua sendo o mesmo: pedir por um tempo bom, pela proteção das plantações e por prosperidade familiar.
