Os filósofos chineses estiveram a frente das transformações culturais no país. Registros milenares descrevem reuniões entre pensadores e estudiosos para compreender o momento e encontrar saídas para o caos social. Esses grupos ficaram conhecidos como escolas do pensamento durante a Dinastia Zhou (século X a.C – século III a.C). Entre as mais famosas está o confucionismo.

Confúcio é o mais conhecido entre os filósofos chineses. Seus princípios tinham base nas tradições e crenças chinesas: a moralidade pessoal e governamental, a justiça e a sinceridade, a veneração ancestral e valorização da família como a base para um governo ideal. O confucionismo foi tão marcante na história da China que tornou-se ideologia de estado durante a Dinastia Han (206 a.C. – 220) e ainda é praticado em vários países.

Confúcio foi um pensador e filósofo chinês do Período das Primaveras e Outonos

Lao Zi também teve influência na cultura chinesa. O filósofo reuniu seus ensinamentos no Tao Te Ching, livro que se tornou ponto de início do Taoísmo. A filosofia taoísta chegou a ser oficializada como religião do Estado e enfatiza a vida em harmonia com o Tao – fonte e origem de toda existência. É atribuída a ele a frase “O sábio pode descobrir o mundo sem transpor a sua porta. Vê sem olhar, realiza sem agir.”, pensamento representado pelo Wu Wei (“não-ação”), um dos principais conceitos taoístas.

Estátua de Lao Zi em Quanzhou

O desenvolvimento intelectual da China moderna teve participação de diversos filósofos chineses como Kang Youwei. O pensador e caligrafista se destacou especialmente como reformista social durante a Dinastia Qing (1644-1911), período em que filosofia e pesquisa histórica caminharam juntas. Youwei era a favor do progresso, da igualdade social, de um governo global e da exploração do universo. Seus ideais reformistas foram essenciais para promover a ciência, a tecnologia e o fortalecimento da indústria na reconstrução da China nos últimos anos de império.

A antiga residência de Kang Youwei é hoje um bem cultural mantido pelo governo e recebe visitantes do mundo inteiro

A abertura da China ao ocidente instigou a liberdade intelectual. Surgiram novas linhas de pensamento filosófico, como o neo-confucionismo. Esse estudo aprofundado das obras de Confúcio e de Mêncio mescla elementos do Oriente e do Ocidente, incorporando a ciência e conceitos de democracia ocidental à filosofia chinesa. Filósofos como Feng Youlan, Liang Shuming, Ch’ien Mu e Xu Fuguan foram peças-chave na reintrodução do estudo da filosofia na China atual.

Alunos no Congresso Mundial de Filosofia em Beijing, que atraiu 8.000 participantes (Foto: China Daily)
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