O Dia Nacional de Combate ao Câncer foi instituído no país em 1988, com o objetivo de alertar a população brasileira sobre o câncer e divulgar os cuidados para sua prevenção. Isso inclui exames regulares e a adoção de um modo de vida saudável.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo. São cerca de 2,3 milhões de casos todos os anos. No Brasil ele também é o mais comum.

No Brasil, a modalidade esportiva do Dragon Boat (barco dragão) é usada como uma maneira de auxiliar na recuperação de mulheres que venceram o câncer e mastectomizadas, que retiraram uma ou as duas mamas.

O Ibrachina apoiou a realização do “Dragon Boat Day by Chinese Bridge Club in São Paulo”. O evento esportivo, na raia da USP, reuniu equipes brasileiras para uma competição que é tradicional na China. O evento foi realizado em comemoração ao Dia da Imigração Chinesa no Brasil, em 15 de agosto. 

Na água, quatro equipes participaram da corrida: Remama e Umauma Dragon Boat Brasil, ambas de São Paulo, além da Associação Canomama, de Brasília; e Nina Rosa, de Santos.

Além da celebração cultural, a corrida serviu como um alerta sobre o câncer de mama e os cuidados para sua prevenção.

O Ibrachina produziu uma reportagem especial, com depoimentos de sobreviventes de câncer de mama, que falam sobre os benefícios de praticar remo com o dragon boat.

Sobre o Dragon Boat

Seu nome faz referência ao dragão, um símbolo importante na cultura chinesa, que representa força e sabedoria. O barco é denominado assim porque tem uma cabeça na proa e cauda de dragão na popa. A pintura de muitos deles também é para lembrar a pele do animal mitológico.

Para a prática do Dragon Boat, é utilizado um barco longo, de fibra de vidro, com mais de 12 metros de comprimento. Ao todo, 22 atletas, divididos entre remadores, timoneiros e ritmistas, remam de forma sincronizada na mesma embarcação. Além do esforço para remar, é preciso haver sincronia dos movimentos com as companheiras de equipe.

Na China, há mais de dois mil anos celebra-se o Dragon Boat Festival (Duānwǔ Jié),  sempre no quinto dia do 5º mês do calendário lunar (para nós, fica entre maio e junho). Essa é um dos feriados mais aguardados do ano pelos chineses.

Esse festival é tão importante culturalmente que se tornou Patrimônio Cultural Imaterial Nacional da China em 2006. Em 2009, passou a integrar a lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO

Estudos científicos comprovam benefícios

O médico canadense Donald C. McKenzie desenvolveu, em 1996, um programa para determinar o impacto do exercício em sobreviventes do câncer de mama.

Para conduzir a pesquisa, ele utilizou uma modalidade de canoagem do Dragon Boat, cujos exercícios são intensos e repetitivos. Foram convocadas 24 voluntárias que passaram pelo tratamento de câncer, com idades variando entre 32 e 64 anos.

A pesquisa durou seis meses, sendo que as pacientes ficaram três deles apenas fazendo exercícios físicos em academia e os três restantes com remada em Dragon Boat.  Ficou constatado que nenhuma das voluntárias desenvolveu linfedema.

O linfedema é o acúmulo de líquido nos tecidos do braço, devido ao bloqueio do sistema linfático. Esse é um efeito colateral do tratamento oncológico, que costuma causar muita dor, inchaço e desconforto às pacientes.

A publicação da pesquisa do dr.  McKenzie comprovou cientificamente como o dragon boat é benéfico às pacientes, pois seus movimentos ritmados atuam como uma espécie de drenagem linfática natural, que previne o linfedema.  Também ajudam na redução do estresse, aliviam as dores e aumentam a resistência física. 

O resultado do estudo foi tão promissor que aquele grupo de voluntárias se tornou a primeira equipe de Dragon Boat de sobreviventes de câncer de mama do mundo. Atualmente, sobreviventes de câncer de mama em 30 países praticam a remada em Dragon Boat, com 250 equipes coordenadas pelo IBCPC (Internacional Breast Cancer Paddlers Comission).

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