Quando se pensa em arte chinesa, geralmente as pessoas pensam em peças de museu. Mas os artistas contemporâneos chineses estão em ascensão e recebendo reconhecimento fora de seu país-natal.

Em 8 de maio é comemorado o Dia do Artista Plástico e vamos falar de três artistas chineses. A arte chinesa contemporânea tem particularidades, usando elementos de sua tradição e cultura milenar, sem abdicar de ser uma voz para os dias de hoje.

Ding Yi

Morando em Shangai, Ding Yi é conhecido por suas meticulosas pinturas geométricas. As obras, de aparência mecânica e minimalista, remetem à rápida industrialização da China e a proliferação da produção em massa.

Embora as formas que compõem suas pinturas tendam a parecer pouco naturais e duras, também lembram as formas caligráficas orgânicas da escrita chinesa. Há uma atmosfera ‘zen’ na maneira como Ding Yi pinta suas formas à mão. Dispensando o uso de réguas e outras ferramentas para auxiliar na pintura de suas linhas retas precisas, começou a fazer as marcas à mão livre, dando uma aparência visual muito mais solta às suas formas.

Huang Yuxing

Huang Yuxing é um artista representativo conhecido por usar cores brilhantes, saturadas e fantásticas para retratar paisagens. Embora motivos tradicionais chineses, como árvores e montanhas, possam ser reconhecidos em suas telas, as representações desses temas estão longe de ser realistas.

As cores que compõem suas pinturas remetem a imagens psicodélicas. As paisagens parecem propositalmente estranhas com a justaposição de cores, formas orgânicas e linhas geométricas, aludindo à desintegração do ambiente devido ao impacto humano. Além disso, Huang retrata outros aspectos da condição humana, como medo, ansiedade, envelhecimento e morte, utilizando formas abstratas e diversas paletas de cores para aludir às emoções.

Yang Jiechang

Nascido em Foshan, província de Cantão, em 1956, ele conta que começou a pintar desde criança. Yang Jiechang formou-se na Academia de Belas Artes de Guangzhou.

Ele explica que muitas de suas obras são influenciadas pelo seu profundo conhecimento do taoismo. Em 1989, ficou famoso fora da China quando participou da exposição “Les Magiciens de la Terre”, no Centro Pompidou em Paris, onde apresentou sua série 100 Camadas de Tinta. Desde então vive e trabalha na capital francesa. Ele também trabalha com vídeo, fotografia e escultura.

Várias criações do artista são feitas com sucessivas camadas de tinta sobre papel de arroz ou papel xuan, típicos da arte clássica chinesa. As obras monocromáticas combinam a estética da pintura contemporânea com as ferramentas e técnicas das tradicionais obras de arte do Leste Asiático. Evocando assim uma caligrafia abstrata.

 

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