A China é líder absoluta na venda de carros elétricos vendidos no Brasil no 1º semestre de 2024. Foram negociados 129.933 veículos de janeiro a junho. É uma alta de 717% em comparação ao mesmo período em 2023. Ao todo, foram vendidos 62.613 carros elétricos produzidos por marcas chinesas. Trata-se de um recorde e representa 91,4% de todos os tipos de automóveis importados no período, incluído híbridos e motores à combustão.
Os automóveis chineses representam 57,5% do total de veículos de passageiros importados pelo Brasil, de todos os tipos de motor, nos seis primeiros meses do ano. É mais que o triplo (212,1%) do que a comercializada pelos argentinos (41.628 unidades).
O levantamento foi feito com base em dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços).
A China superou a Argentina, até então o principal fornecedor de veículos para o Brasil. No primeiro semestre de 2023, o Brasil importou 15.894 carros da China e 56.988 da Argentina. Em 2024, somados, os carros com motor exclusivamente elétrico que vieram do país asiático ultrapassou US$ 1,2 bilhão.
Domínio do mercado é consequência do domínio da tecnologia
Conforme Ricardo Bastos, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da montadora chinesa GWM e presidente da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico), os números reforçam que o país asiático lidera a tecnologia de eletrificação.
“Em um 1º momento, os veículos estão sendo importados, a tecnologia está sendo importada até pela necessidade de apresentar essa tecnologia ao consumidor local”, afirmou.
A projeção da ABVE é que ocorra uma mudança importante a partir de 2025. A GWM passará a fabricar automóveis elétricos no país. “O Brasil deixará de ser um país importador para também ser um país produtor de plug-ins. A eletrificação vai ficar forte no Brasil, as vendas vão continuar crescendo. Estamos esperando que, até 2030, a venda de eletrificados como um todo represente 1/3 do mercado brasileiro”, reforça Bastos.
O mercado não deve mudar a tendência embora tenha ocorrido um aumento de 10% para 18% na alíquota do imposto de importação sobre carros elétricos em julho deste ano. Por exemplo, a BYD, maior fabricante de carros elétricos do mundo, investirá R$ 3 bilhões em 3 plantas industriais em Camaçari, na Bahia. A expectativa é produzir 150 mil veículos por ano.
Atualmente, o Brasil é o principal mercado de carros eletrificados fabricados na China. Além de BYD e GWM, outras marcas estão avistando as possibilidades de investimentos, como Zeekr, Omoda, Jaecoo e Neta.