O Dia Mundial da Arquitetura é comemorado em 1º de julho no Brasil. A data foi escolhida para lembrar a fundação da UIA (União Internacional de Arquitetos). Essa data é uma boa ocasião para conhecer melhor a arquitetura chinesa tradicional e a moderna.
Como todos os elementos culturais chineses, a arquitetura mantém uma tradição milenar. O estilo característico é mantido de geração em geração. Registros históricos mostram que alguns princípios arquitetônicos chineses se perpetuam há mais de 4 mil anos. Isso é especialmente verdade em cidades menores, onde não há grandes arranha-céus.
A arquitetura chinesa é caracterizada por telhados vermelhos, paredes de tijolo ou barro, e colunas retangulares. Ela também é funcional, com espaços bem projetados para atender às necessidades diárias das pessoas.
Antigamente, a maioria das construções eram de madeira e na cobertura usavam-se telhas e cerâmicas. Isso ainda pode ser vista em estruturas como a Cidade Proibida, na capital Beijing.
Seguindo registros históricos, a arquitetura chinesa tradicional permaneceu quase imutável ao longo dos séculos em suas principais características: horizontalidade, simetria bilateral, influência do feng shui e do taoísmo.
Por isso, os edifícios têm um número par de colunas e uma estrutura que os deixa com um número ímpar de baias. Há ainda uma porta principal, para manter a simetria. Também é comum que as edificações tenham grandes pátios abertos em sua volta. Ali são construídos siheyuans, que são espaços vazios cercados por prédios conectados uns aos outros.
As edificações chinesas no estilo clássico são construídas com maior ênfase horizontal. Essa é uma das características mais importantes e notáveis. Os prédios são largos, com telhados grandes e maiores que a base, pois se valoriza o tamanho em largura e o visual mais que a altura. Essa característica é muito diferente da arquitetura ocidental, onde a tendência é a ênfase na verticalidade das edificações.
O período em que mais ocorreram mudanças nas edificações chinesas foi no século 20. Nessa época, representantes do governo começaram a enviar arquitetos para estudar no Ocidente e aprender sobre a arquitetura moderna.
Por isso, alguns elementos tradicionais da arquitetura chinesa se fundiram com as necessidades do mundo contemporâneo. Os prédios passaram a ter mais andares do que apenas três níveis, como era comum na arquitetura tradicional chinesa.
Arquitetura Moderna
Após o início das Guerras do Ópio, na década de 1840, a arquitetura chinesa começou a misturar o estilo tradicional chinês com as características arquitetônicas ocidentais. Os elementos tradicionais herdados da Dinastia Ming (1368 – 1644) e os inerentes à Dinastia Qing (1644 – 1911) da época permaneceram em destaque. Assim, os edifícios mais importantes apresentam telhados amplos, pátios abertos, telas e colunas de madeira. No entanto, alguns prédios, incluindo restaurantes, hotéis e lojas, parecem se encaixar no horizonte de qualquer grande cidade do mundo.
Pode-se dizer que a arquitetura “moderna” na China começou no final do século 19 e inclui uma ampla variedade de estilos arquitetônicos. Desde então, surgiu uma mistura de elementos tradicionais e técnicas contemporâneas, resultando em alguns ícones arquitetônicos modernos de ponta.
Consulados, bancos, clubes e prédios corporativos em Beijing , Shangai, Tianjin, Qingdao, Harbin e outras cidades também introduziram estilos arquitetônicos ocidentais na China.
Com a abertura da China para o mundo na década de 1980, novos estilos arquitetônicos começaram a se desenvolver, combinando elementos de todos os estilos mais antigos. A partir daí, edifícios e arranha-céus de estilo industrial surgiram com a rápida modernização das cidades.
Muitas das construções arquitetônicas chinesas hoje são uma combinação de tradição e modernidade e despontam no cenário mundial. Os ícones modernos incluem o Edifício Jin Mao e a Torre Pérola Oriental em Shangai, o Grande Teatro Nacional e o Estádio Nacional, também conhecido como “Ninho de Pássaro”, em Beijing.
* Fotos Wikimedia, usada por atribuição Creative Commons