A nova rota marítima direta entre a China e o Brasil começou a operar oficialmente nesta semana, estabelecendo uma conexão inédita entre o Porto de Gaolan, na cidade de Zhuhai, e os portos brasileiros de Santana (AP) e Salvador (BA). A iniciativa representa um avanço significativo nas relações comerciais entre os dois países, com impactos logísticos, econômicos e geopolíticos, especialmente para as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Além disso, reforça a posição do país como parceiro estratégico da China.
Fruto de acordos bilaterais firmados entre os governos brasileiro e chinês, a nova rota simboliza um momento de cooperação econômica e tecnológica. A conexão direta entre o Brasil e a Ásia ampliará o acesso a mercados emergentes da América do Sul, fortalecendo o papel dos portos brasileiros na logística global. O novo corredor marítimo atende diretamente zonas estratégicas de produção agrícola e mineral, consolidando os portos de Santana e Salvador como hubs para o escoamento de produtos como soja, minério de ferro, carne bovina e celulose, além de facilitar a importação de insumos industriais e tecnológicos vindos da Ásia.
A nova rota não apenas amplia a presença dos portos brasileiros no cenário internacional, mas também contribui para uma logística mais eficiente, sustentável e integrada.
Impacto Logístico e Regional
Entre janeiro e março de 2025, a Bahia exportou aproximadamente US$ 1,2 bilhão para a China e importou US$ 800 milhões em produtos chineses. Com a nova linha direta, a expectativa é de aumento no fluxo comercial, geração de empregos e atração de investimentos em setores como energia renovável, logística e tecnologia.
A abertura dessa nova ligação direta estabelece uma rota comercial estratégica com o sul da China e Hong Kong.
Avanços
O Porto de Salvador possui capacidade para receber navios de até 150 mil toneladas de porte bruto, operando com alta eficiência nas operações de carga e descarga. Já o Porto de Gaolan, na China, é o único de águas profundas na região e movimenta até 160 milhões de toneladas por ano.
Outro porto brasileiro beneficiado pela ampliação das rotas com a China é o Porto do Pecém, no Ceará. O terminal passou a integrar o Serviço Santana, operado pela MSC e APM Terminals, reduzindo o tempo de viagem da China para o Ceará para cerca de 30 dias. A expectativa é de que a movimentação aumente em até 10%, com destaque para o comércio de frutas, castanhas, granito e equipamentos industriais.
Com informações de Ministério de Portos e Aeroportos