Brasil ocorreu em 1812, quando D. João VI trouxe cerca de 400 chineses de Macau para plantar chá no Rio de Janeiro e em Santa Cruz. Foi o primeiro contato significativo, mas de curta duração, pois o clima tropical e o desconhecimento agrícola acabaram fazendo com que o projeto não desse certo.
O marco mais simbólico ocorreu em 15 de agosto de 1900, quando o navio “Malange” aportou no porto de Santos, São Paulo. Estavam a bordo 107 trabalhadores chineses, vindos de Lisboa. Esse evento foi incluído em lei em 2018, institucionalizando o “Dia Nacional da Imigração Chinesa”;
Ondas migratórias ao longo do século XX
Segundo estudos acadêmicos, especialmente os da pesquisadora Weinong, a diáspora chinesa no Brasil se distribui em quatro fases:
1812–1900 – vindos de Guangdong‑Macau
1910–1949 – vindos de Zhejiang (Qingtian)
1950–1979 – vindos de China e Sudeste Asiático
1980–2016 – vindos de diversas províncias chinesas
Esse fluxo se intensificou particularmente após as guerras na China (1930–1970) e com a abertura econômica a partir dos anos 1980.
Atualmente, estima-se que cerca de 300 mil chineses e descendentes vivam no Brasil, concentrados principalmente em São Paulo, mas também presentes em Paraná, Pernambuco (Recife) e Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal, representam aproximadamente 5% dos imigrantes registrados no país. Eles trabalham sobretudo no comércio, mas um número crescente veio para cá na últimas duas décadas para trabalhar em empresas multinacionais de origem chinesa.
Sua influência na sociedade também é percebida pela multiplicação de restaurantes chineses e a realização de festivais tradicionais, como o Ano Novo Chinês, que integra o calendário oficial de várias cidades.
Cada vez mais brasileiros na China
Embora os dados precisos sobre brasileiros na China não estejam disponíveis, sua presença deles tem ganhado força.
Estudantes brasileiros frequentam universidades chinesas parceiras, enquanto profissionais brasileiros migraram para a China para trabalhos em tecnologia, comércio, educação e turismo, alavancados pela crescente proximidade diplomática e comercial.
O Valor Econômico publicou uma reportagem sobre a vida dos brasileiros na China e destacou que os principais aspectos que motivaram a mudança do país são: “segurança, organização, rapidez, pragmatismo e eficiência”.