Existem apenas cerca de 5.000 membros da etnia tártara na China. A maioria deles vive em Yining, Tacheng e Urumqi, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang.
A história dessa minoria étnica na China remonta à dinastia Tang (618-907), quando a tribo tártara mantinha um estilo de vida nômade no norte da China. De fato, o nome “tártaro” era usado para se referir a várias tribos daquela região, que posteriormente foi conquistada pelos mongóis.
O grupo étnico chinês que hoje leva o nome de “tártaro” foi formado por uma mistura de membros dos povos baojiaer e cipchacos com os mongóis. Até o início do século XX havia um fluxo contínuo de tártaros saindo da Rússia, onde são numerosos, para viver em Xinjiang.
Cultura
A língua tártara pertence à família de línguas turcas do sistema linguístico altaico. Como os tártaros se misturaram com os uigures e cazaques, as três línguas têm fortes influências entre si e produziram dialetos locais. Por serem de maioria muçulmana, sua cultura ofreu influências da religião. Por exemplo, a língua escrita dos tártaros é baseada nas letras árabes.
Durante muito tempo os tártaros viviam da criação de animais e se mudaram de tempos em tempo para onde havia melhores pastagens. Nessa época eles ficaram conhecidos por seu belo artesanato, fabricação de roupas de couro e bordados.
Desde 1949, o povo tártaro desfruta de direitos políticos iguais a toas as etnias chinesas. Eles têm representantes em vários níveis do governo local e no Congresso Nacional do Povo.
O desenvolvimento educacional dos tártaros começou no final do século XIX, quando clérigos tártaros abriram escolas em várias áreas. Além do Alcorão, história islâmica e lei islâmica, essas escolas ensinavam aritmética e língua chinesa. A Escola Tártara de Ining, fundada em 1942, foi uma das primeiras escolas modernas para minorias étnicas na Província de Xinjiang. Seus esforços beneficiaram não apenas os tártaros, mas também os uigures, huis, cazaques, xibes e ozbeques.
Costumes
A maioria dos tártaros nas cidades vive em casas de barro com telhado plano. Eles gostam de pendurar tapeçarias dentro de suas casas, que geralmente são muito limpas e arrumadas. Muitos ainda vivem em áreas pastoris, adaptando-se a morar em tendas, num estilo vida semi-nômade.
A culinária tártara inclui vários tipos de doces como “Gubaidiai”, feito com queijo, damascos secos e arroz, e o “Yitebailixi”, de abóbora, carne e arroz. Ambos têm crosta crocante e recheio macio. As bebidas tártaras incluem “keerxima”, feita de mel fermentado, e “Kesaile” uma bebida de uvas silvestres fermentadas.
Os homens tártaros geralmente usam camisas brancas bordadas por baixo de coletes pretos curtos ou túnicas longas. As calças também são pretas. Eles frequentemente usam chapéus pretos e brancos bordados pequenos. No inverno, cobrem-se com chapéus de pele preta.
As mulheres usam pequenos chapéus floridos incrustados com pérolas e camisas longas brancas, amarelas ou vermelhas com pregas.
Os casamentos entre tártaros e outros grupos étnicos islâmicos são bastante comuns.
A vida cultural dos tártaros é muito rica. Sua música tem um ritmo animado e vários instrumentos musicais são usados, incluindo a “kunie” (flauta de madeira), o “kebisi” (tipo de harmônica) e um violino de duas cordas. As danças tártaras são animadas e alegres. Os homens fazem muitos movimentos das pernas, como agachar-se, chutar e saltar.
Seu estilo de dança incorporou elementos de danças uigures, russas e uzbeques, mas também mantém suas próprias características. Em festivais, os tártaros frequentemente realizam concursos de dança em massa. O “Festival da Cabeça do Arado” toda primavera é um grande encontro anual realizado geralmente em belos pontos turísticos e inclui jogos coletivos como cabo-de-guerra.
Veja uma dança típica