Convidamos Rebeca Lin, fundadora do grupo Tang Yun para falar sobre as danças tradicionais da China no Brasil e a força da comunidade chinesa para manter esta cultura viva.
Fitas giratórias, movimentos elaborados e delicados, trajes étnicos dos mais diversos fazem parte da beleza da cultura da dança chinesa. Esta arte milenar narra as histórias das dinastias presentes na China desde a corte do imperador até a vida simples do campo. A dança celebra os mitos e a riqueza de uma história milenar.
Ibrachina: Como foi a chegada da sua família ao Brasil?
Rebeca Lin: Meus pais vieram da China em busca de uma vida melhor. Escolheram o Brasil pela diversidade cultural e clima de paz. Sou filha de imigrantes e estou em São Paulo há 33 anos.
Ibrachina: As danças chinesas são ainda pouco conhecidas no Brasil. Como surgiram e qual a sua importância?
Rebeca Lin: Há registros de dança na China com mais de cinco mil anos. Historicamente, a dança era praticada na corte para a diversão dos imperadores. Cada dinastia tem suas danças típicas, faz parte da sua identidade. Por outro lado, o povo tem a dança folclórica. Imagine que são 56 etnias e cada uma possui um estilo próprio. A dança popular fala da vida cotidiana, da colheita, dos sentimentos. Cada tema tem uma dança totalmente diferente.
Ibrachina: A Dança do Dragão e do Leão é bem mais conhecida no Brasil. Nos conte um pouco sobre este estilo.
Rebeca Lin: Estas são danças ligadas às artes marciais geralmente usadas em festividades como o Ano Novo Chinês. É uma dança que simboliza o poder, a felicidade, a atitude de comemoração e a alegria. Através da dança expressamos nossos sentimentos.
Ibrachina: Você é fundadora de um grupo de dança importante em São Paulo. Nos fale mais sobre ele.
Rebeca Lin: O Grupo Tangyun faz 20 anos em outubro. Nossa sede fica no Cambuci e temos 70 integrantes. Oferecemos aulas de dança para crianças, adolescentes, adultos e para a melhor idade. Além disso, fazemos desfiles de trajes tradicionais da China.
Ibrachina: Como é o trabalho da Associação Chinesa do Brasil?
Rebeca Lin: Nossa associação tem 30 anos em São Paulo. Congregamos todas as outras associações chinesas do Brasil. Juntas, organizamos eventos para celebrar datas importantes para o povo chinês, como o Dia Nacional da China no Brasil, o Dia dos Imigrantes, o Ano Novo Chinês, entre outras. Além disso, discutimos as principais questões da comunidade junto ao Poder Público.
* Rebeca Lin é graduada em letras pela PUC de Campinas, tradutora pública, vice-presidente da Associação Chinesa do Brasil e Diretora artística do grupo de dança Tang Yun.