A minoria étnica chinesa de’ang reúne cerca de 20.000 pessoas. A maioria deles vive em Santai, condado de Luxi, Prefeitura Autônoma de Dehong Dai-Jingpo, e na cidade de Junnong, condado de Zhenkang, província de Lincang. Também podem ser encontrados nos condados de Yingjiang, Ruili, Longchuan, Baoshan, Lianghe e Gengma. Alguns de’ang vivem junto com as etnias jingpo, han, lisu e va nas áreas montanhosas.
O povo de’ang – também grafado deang -tem sua própria língua, que pertence do filo austro-asiático. A maioria deles também fala mandarim, dai e jingpo. Como a língua de’ang não possui escrita própria, o mandarim é amplamente utilizado por seus membros.
Os de’ang são um dos povos mais antigos a viver na região sudoeste, na fronteira com Mianmar. Eles provavelmente são descendentes do antigo povo pu, que vivia nas margens do rio Nujiang no século II. Ao longo da história foram chamados de mangman e puziman. Somente em 1985 passaram a ser reconhecidos oficialmente pelo nome de’ang, após o governo acatar seu pedido.
Os membros dessa etnia dedicam-se à agricultura desde os tempos antigos, cultivando arroz de terras altas, milho, trigo-sarraceno, além de nozes e frutas como manga e banana. O cultivo do chá é uma tradição muito forte para eles.
Nas áreas montanhosas das cordilheiras de Gaoligong e Nushan os de’ang plantam “bambu-dragão, planta utilizado na construção de casas e na fabricação de utensílios domésticos e implementos agrícolas. Os brotos desse bambu são uma iguaria famosa.
Estilo de vida
Como a maioria das pessoas nas regiões subtropicais, os de’ang vivem em casas feitas de bambu. Antigamente, era comum várias famílias morarem em grandes casas comunitárias. Via de regra, suas casas têm dois andares. O piso superior serve de habitação, cozinha, enquanto na parte de baixo fica um estábulo para animais e aves. Existem também alpendres onde colocam a lenha e os pilões usados para descascar arroz.
O vestuário étnico de’ang é único e distintivo. Os homens e mulheres de’ang usam sarongs longos. As mulheres tradicionalmente raspam o cabelo e cobriam a cabeça com um turbante preto decorado com bolas de veludo. Também usam brincos de prata cilíndricos e enfeites de metal nas vestimentas.
Os de’angs são budistas hinayana. Por isso, a maioria das aldeias tem um templo. Eles não trabalham durante feriados religiosos.
Festivais
A festa tradicional mais importante dos de’ang é o Festival Caihua (Colheita de Flores), comemorado no início de abril. Eles também festejam datas tradicionais no budismo, como o Festival das Águas. Nessa ocasião, tiram a poeira das estátuas budistas com “dragões de água”. Também jogam água um no outro como expressão de bons votos. Em seguida, formam uma longa fila atrás de tambores e se aglomeram ao lado de nascentes e rios, celebrando o Ano Novo jogando água uns nos outros.
Tanto o Festival da Porta Aberta (em setembro) quanto o Festival da Porta Fechada (em dezembro) são importantes nessa cultura.