A Rota da Seda foi uma rede de trajetos interconectados por onde era comercializada a seda que saia do Oriente em direção à Europa. A rota desempenhou papel fundamental no desenvolvimento das civilizações ao estabelecer profundas relações comerciais entre as regiões por onde passou. Sua influência econômica, cultural, política e religiosa se deu entre o século II AEC e o século XVII EC.
A China foi uma das precursoras do comércio na rota, iniciando o transporte da luxuosa seda durante a Dinastia Han (207 AEC – 220 EC). Os chineses descobriram como fabricar o tecido a partir das fibras dos casulos dos bichos da seda, e mantiveram o segredo dessa produção muito bem guardado. A qualidade e exclusividade do produto fizeram muitas pessoas de cidades que ficavam na Ásia Central e no Ocidente desembolsarem boas quantias de dinheiro.
Embora a rota comercial tenha ficado famosa por causa da seda, muitos livros atribuem a ela o nome de “Rota da Jade”: de acordo com registros históricos, antes da comercialização do tecido, os trajetos eram usados para transporte de jade – considerada a pedra da realeza na Era das Dinastias da China. A Rota da Jade esteve em uso desde 5.000 AEC, e ainda é utilizada entre Xinjiang e o Leste da China.
A Rota da Seda passou por muitas alterações ao longo dos anos, estimulando o desenvolvimento de muitos impérios, como o Egito Antigo, a Mesopotâmia, Roma e Pérsia. Seu declínio aconteceu em 1720 com o colapso da Safávidas, o maior império iraniano a governar a Pérsia.
O governo chinês anunciou na década de 2010 a iniciativa “Belt and Road Initiative”, uma tentativa de restabelecer a rota comercial entre a China e países que fazem fronteira por terra ou mar. A iniciativa ultrapassou os planos iniciais, chegando a 68 países nos 5 continentes. A ideia do presidente da China, Xi Jinping, é estabelecer a cooperação entre os países nas áreas de tecnologia e inovação, transportes, energia e telecomunicações. As parcerias se estendem também ao Brasil, um dos maiores parceiros comerciais dos chineses.