Foto de capa: Roberto Parizotti
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Os principais países afetados pela pandemia dão continuidade às medidas de relaxamento do isolamento social sob o desafio de evitar que os casos de infectados e mortos voltem a crescer. Ontem, um decreto do governo francês autorizou a realização de cerimônias religiosas. Na Espanha, autoridades anunciaram a liberação da entrada de estrangeiros a partir de julho. Em várias regiões da Itália, as pessoas puderam voltar a frequentar praias. Essas e outras medidas têm como justificativa quedas nos registros ligados à pandemia.
Em Nova York, nos Estados Unidos, por exemplo, o número de mortes sofreu redução considerável. Segundo Andrew Cuomo, governador do estado americano, o número de mortes por COVID-19 caiu para 84 nas últimas 24 horas — valor mais baixo desde 24/03. De acordo com Cuomo, tanto o número de hospitalizações quanto o de infecções e o de pessoas atendidas nas UTIs continuam a diminuir. Na última sexta-feira, o governador autorizou reuniões de até 10 pessoas, mas solicitou a ajuda da população para evitar uma segunda onda de infecções. As praias da metrópole seguem fechadas, diferentemente de outros estados costeiros, em que cartazes alertam sobre a importância de os frequentadores manterem distância uns dos outros.
Ações solidárias no Brasil aumentaram durante a pandemia e envolvem bancos e sociedade civil
A pandemia alterou a cultura das ações solidárias no Brasil. Bancos, empresas, milionários, celebridades e muita gente comum protagonizam um movimento sem precedentes no país. Enquanto predomina o descompasso na relação entre governo federal, estados e municípios, o mundo corporativo e a sociedade civil estabeleceram alianças que mobilizaram, em menos de dois meses, R$ 5,2 bilhões em doações para projetos de combate à COVID-19 e suas consequências. A cifra foi apurada pelo Monitor das Doações da Associação Brasileira de Captadores de Recursos, que começou a mapear as ações do setor privado no fim de março.
O Itaú Unibanco lidera a lista de filantropos contra a doença, com a criação do fundo Todos pela Saúde a partir da doação de R$ 1 bilhão para financiar ações definidas por um comitê de notáveis a área médica. O fundo já direcionou até agora R$ 43 milhões para hospitais, tendo sido responsável, por exemplo, pela compra de mais de 90 milhões de equipamentos de proteção individual para médicos e enfermeiros na linha de frente dos atendimentos nas cidades com maior incidência do coronavírus.
Quarentena em São Paulo completou 2 meses
Neste domingo (24/05), São Paulo completa dois meses em quarentena para conter o avanço do novo coronavírus em todo o estado. O ciclo de sessenta dias é concluído justamente em um período de maior avanço da doença em cidades do interior e praticamente 90% de ocupação dos leitos hospitalares da Grande São Paulo. As taxas do isolamento social que mal chegavam em 50% durante o mês de maio são medianas e, portanto, insuficientes para conter o impacto do vírus da forma desejada. Esse cenário levantou a possibilidade de que os paulistas teriam de passar por um período de lockdown para evitar um colapso no sistema de saúde. A medida, no entanto, divide opiniões e talvez não possa ser implantada como esperado na realidade de São Paulo.
Segundo estudos preliminares sobre a evolução das infecções por COVID-19, de autoria do economista Naercio Menezes-Filho e do pesquisador do Insper Bruno Komatsu, se a atual política de distanciamento em vigor no estado de São Paulo for mantida até fim de junho, o número de mortos por COVID-19 praticamente dobraria, avançando para mais de 11 mil, e mais do que quadruplicaria até o fim de julho, passando de 33 mil.
A OMS declarou que a América do Sul se transformou num novo epicentro da pandemia e alertou que o Brasil é país mais afetado da região. Em seu informe diário, a entidade informou que as mortes no Brasil, nas últimas 24 horas, representam um quarto do total registrado no mundo.
Caso o lockdown fosse adotado, acredita-se que pico de casos em SP ocorreria em junho e a pandemia estaria controlada em um mês. Sem essa medida, a maior possibilidade é que o pico ocorra em julho e que reflexos da pandemia sejam sentidos até o fim de 2020.
Para que a restrição ocorra conforme experimentado em outros locais do mundo, como nos Estados Unidos e na França, é preciso restringir fronteiras, monitorar constantemente a população com policiais (ou drones), estipular pagamento de multas entre outras medidas extremas de contenção, algo “impraticável” em São Paulo.
Máscaras enviadas à hospitais pela Prefeitura do Rio não servem para proteção médica
Funcionários do Hospital Miguel Couto, na Zona Sul do Rio, denunciaram que as máscaras N95 enviadas pela Prefeitura não têm o filtro necessário para proteger os profissionais da saúde. A Prefeitura confirmou a informação e identificou um lote que não correspondia à necessidade e que a empresa foi notificada. Os equipamentos serão substituídos, de acordo com a administração municipal.
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