Foto de capa: Xinhua/Rahel Patrasso
O Brasil registrou ontem 12.342 novos casos e 290 mortes por covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, segundo informações do Ministério da Saúde. Com a atualização, o País soma 150.488 óbitos e 5.094.979 infecções confirmadas desde a primeira notificação da doença em território nacional, registrada em 26 de fevereiro.
Ainda de acordo com o balanço oficial do governo, 4.470.163 pessoas se curaram da covid-19 e outros 2.281 casos estão em acompanhamento. A taxa de letalidade da infecção no Brasil é de 3%.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o mundo registou mais de 378 mil novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas e bateu recorde de infecções diárias pelo terceiro dia consecutivo. Além disso, foram registradas mais de 8.500 mortes causadas pela doença nesse período.
O Centro Europeu para a Prevenção e Controle de Doenças (ECDC na sigla em inglês) alertou que praticamente em todos os países que monitora (os do Espaço Econômico Europeu e do Reino Unido) os casos registrados aumentaram em relação à semana anterior. Ou seja, a tendência é de alta.
A Espanha foi a exceção durante o mês de agosto. Os contágios da covid-19 cresciam pouco a pouco, mas de forma constante, enquanto o restante da Europa olhava com preocupação para o seu vizinho do sul. Com a curva em alta, o país estava claramente em uma segunda onda, diferente da primeira, mas também preocupante. Foi uma questão de tempo até que o restante da Europa sucumbisse a este segundo ataque do coronavírus. França, Reino Unido, Alemanha e República Tcheca estão registrando números recorde. A Itália prepara novas medidas restritivas ao ultrapassar 5.000 infecções diárias pela primeira vez.
A cidade chinesa de Qingdao está testando toda a sua população de 9 milhões de pessoas para a covid-19 em um período de cinco dias. A testagem em massa ocorre após a descoberta de uma dúzia de casos ligados a um hospital que trata de pacientes com coronavírus vindos do exterior. A medida não é inédita. Em maio, a China testou toda a população da cidade de Wuhan — 11 milhões de pessoas, epicentro da pandemia global.
O país conseguiu controlar o vírus, diferentemente de outras partes do mundo, onde ainda há um grande número de casos e restrições de circulação de graus variados. Em um comunicado publicado na rede social chinesa Weibo, a Comissão Municipal de Saúde de Qingdao disse que seis novos casos e seis assintomáticos foram descobertos. Todos os casos estavam ligados ao mesmo hospital, disse o jornal chinês Global Times. As autoridades chinesas agora têm uma estratégia de testagem em massa, mesmo quando um novo aglomerado de coronavírus parece ser relativamente menor.
O vírus responsável pela covid-19 pode permanecer infeccioso em superfícies como notas de dinheiro, telas de celulares e aço inoxidável por até 28 dias, dizem pesquisadores. A descoberta da agência científica nacional da Austrália sugerem que o SARS-Cov-2 pode sobreviver em superfícies por muito mais tempo do que se pensava. No entanto, alguns especialistas duvidam da real ameaça representada pela transmissão por superfícies. O vírus é mais comumente transmitido quando as pessoas tossem, espirram ou falam.
A última pesquisa da agência australiana CSIRO revelou que o vírus era “extremamente robusto”, sobrevivendo por 28 dias em superfícies lisas, como vidro usado para fabricar telas de telefones celulares, além de notas de papel e plástico, quando mantidos a 20° C — considerada temperatura ambiente. Em comparação, o vírus da gripe pode sobreviver nas mesmas circunstâncias por 17 dias.
Enquanto muitos países da Europa estão voltando a restringir atividades sociais e determinando isolamentos após registrarem aumentos recordes de casos, a Nova Zelândia, por exemplo, passou ao seu nível de alerta mais baixo. No entanto, essa estratégia para lidar com o coronavírus é, na opinião de diversos cientistas, limitada demais para deter o avanço da doença.
“Todas as nossas intervenções se concentraram em cortar as rotas de transmissão viral para controlar a disseminação do patógeno”, escreveu recentemente em um editorial Richard Horton, editor-chefe da prestigiosa revista científica The Lancet.
Por um lado, diz Horton, existe o Sars-CoV-2 e, por outro, uma série de doenças não transmissíveis. E esses dois elementos interagem em um contexto social e ambiental caracterizado por profunda desigualdade social. Essas condições, argumenta Horton, exacerbam o impacto dessas doenças e, portanto, devemos considerar a Covid-19 não como uma pandemia, mas como uma sindemia. Não é uma simples mudança de terminologia: entender a crise de saúde que vivemos a partir de um quadro conceitual mais amplo abre caminho para encontrar soluções mais adequadas.
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