Foto de capa: Vale/Divulgação
Ouça a matéria:
Uma carga com produtos para combater a disseminação do novo coronavírus chegou ontem ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Os produtos comprados pela mineradora Vale vieram da China. São 1,25 milhão de máscaras N95, a mais indicada para o uso em ambientes contaminados pelo vírus, 1,5 milhão de máscaras cirúrgicas descartáveis, além de mais 1 milhão de kits de teste rápido, totalizando pouco mais de 3,8 milhões de insumos.
Até agora, já chegaram ao país 12,7 milhões dos 15,8 milhões de equipamentos de proteção individual que a Vale está doando para o governo brasileiro. No total, a China enviará mais de 600 toneladas de insumos para ajudar no combate à COVID-19 no Brasil até maio.
Entre esta semana e o mês de junho, cerca de 100 mil pessoas no Brasil serão submetidas à testagem para a doença. A iniciativa é parte do maior estudo em andamento sobre a disseminação do novo coronavírus na população brasileira. A pesquisa, realizada pela Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul, terá três etapas em uma modelagem amostral que vai permitir calcular com precisão o índice de contágio do vírus no país, algo que ainda não foi feito em escala nacional.
A pesquisa conduzida pela Universidade não vai apenas apontar a taxa de contaminação pelo vírus na população brasileira, mas deverá determinar também o percentual de casos assintomáticos e a real letalidade da doença no país. Todas essas informações hoje são estimadas com base em dados subnotificados no Brasil, o que dificulta o cálculo sobre os recursos hospitalares necessários para o enfrentamento da pandemia.
De acordo com o pneumologista José Antonio Baddini-Martinez, diretor científico da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, os estudos já divulgados sobre a cloroquina, substância elogiada pelo presidente Jair Bolsonaro, são imperfeitos. Além de dizer que ainda não há informações suficientes para recomendar o uso da substância, o médico pneumologista afirma que é preciso um estudo melhor desenhado para uma resposta de qualidade, e que é necessária a realização de pesquisas mais completas para a segurança sobre a efetividade de qualquer tratamento para a COVID-19.
São Paulo lidera ranking de infecções e óbitos no Brasil
São Paulo ultrapassou a marca de mil mortos pelo novo coronavírus, de acordo com o boletim divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. O Estado possui 5,6 mil pessoas em hospitais em virtude da doença – entre casos confirmados e suspeitos, sendo 3.279 em leitos de enfermaria e 2.345 em leitos de UTI.
Apesar da média de 30 mortes por dia, as autoridades dizem que o “pico” da epidemia, ou seja, o pior momento dela, ainda está por vir. Segundo Vítor Sudbrack, mestrando do Instituto de Física Teórica da UNESP e membro do Observatório COVID-19 BR, o número de novos casos depende do número de pacientes infectados. Sudbrack afirma também que epidemias são exemplos de reação em cadeia: quanto mais pessoas estão infectadas, mais pessoas se infectam.
Segundo análises divulgadas pelo governo paulista, o comportamento da epidemia no estado mostra um crescimento mais lento do que em países como a Itália e os Estados Unidos, onde o sistema de saúde entrou em colapso poucas semanas após o início da transmissão comunitária.
Coronavírus pelo mundo
A Alemanha chegou a uma nova etapa nesta segunda-feira: parte do comércio voltou a funcionar depois de mais de um mês fechado. A decisão foi tomada pela primeira-ministra Angela Merkel em conjunto com os governadores. Merkel deixou claro que a volta à normalidade será lenta e cautelosa, e demonstrou sua preocupação com um possível relaxamento da população com as restrições. Os casos de curados já são maiores do que os de internados no país, e os testes realizados na população estão entre 500 e 600 mil por semana, muito mais do que em países que enfrentam situação crítica, como Estados Unidos e Reino Unido.
A Itália registrou nova alta na taxa de óbitos nas últimas 24 horas chegando a mais de 24 mil mortos no total. No entanto, o número de novos casos recuou e chegou ao nível mais baixo em mais de um mês, segundo dados da Agência de Proteção Civil.
A Europa chegou a marca de 100 mil mortes causadas pela COVID-19. Foram registrados mais de 1 milhão de infecções no continente, de acordo com o levantamento da universidade americana Johns Hopkins.
Já nos Estados Unidos, as mortes ultrapassaram 40 mil. A quantidade de óbitos é a maior para um único país em todo o planeta. Ainda de acordo com o monitoramento da Universidade, o país registra mais de 740 mil casos confirmados do novo coronavírus.
ACOMPANHE O STATUS DO CORONAVÍRUS NO BRASIL EM TEMPO REAL
LINKS RELACIONADOS
- Coronavírus: E o pós-Brasil? | Opinião
- Entidade médica apresentou a novo ministro da Saúde proposta de isolamento proporcional a mortes na região
- Como é a batalha dentro de uma UTI contra o coronavírus
- Faltam testes para mensurar o coronavírus na América Latina
- Os outros coronavírus que habitam entre os humanos
- Drauzio Varella prevê ‘tragédia nacional’ por coronavírus: ‘Brasil vai pagar o preço da desigualdade’
FAKE NEWS
- É #FAKE que crianças morreram no Senegal após receber vacina contra a Covid-19
- Presidente do Conselho de Medicina espalha fake news sobre o coronavírus em Alagoas.
- É #FAKE que crianças morreram no Senegal após receber vacina contra a Covid-19
- É #FAKE que Moro anunciou investigação da PF e mortes por coronavírus passaram a cair
- #Verificamos: Vídeo que mostra mulher sendo agredida por guarda na Bahia não tem relação com a Covid-19