A proteção ambiental tornou-se um dos principais focos da China. Ao longo dos últimos anos, o país aumentou em 10,87 milhões de hectares sua área florestal e as regiões desérticas têm diminuído cerca de 2 mil km² anualmente. Os chineses também alcançaram outros objetivos, como a diminuição contínua da emissão de poluentes, a redução no consumo de energia e água por unidade do PIB, o aumento no consumo de energia limpa, entre outros.
Depois da assinatura do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, as iniciativas ecológicas na China ganharam impulso e vão além do compromisso com o meio ambiente. Os grandes projetos ecológicos e de desenvolvimento das indústrias sustentáveis em áreas empobrecidas impactam positivamente cerca de 15 milhões de pessoas, gerando emprego e melhorias para as cidades.
Entre os casos de sucesso da China está a região montanhosa de Qianyanzhou, na província de Jiangxi, sul da China. Na década de 1980, a área enfrentou um problema sério de erosão do solo devido ao desmatamento e a práticas agrícolas insustentáveis. O governo chinês promoveu o reflorestamento das montanhas, plantando pomares e arrozais, e aumentou a cobertura florestal de 0,43% para quase 70%. Em poucos anos, a biodiversidade, a qualidade ambiental e o microclima melhoraram, e o uso sustentável da terra passou a gerar rendas mais altas.
O desejo de gerar ambientes saudáveis enquanto promove o crescimento econômico certamente será recompensado no futuro, quando o país chegar ao status de ser a única nação a vencer completamente a pobreza enquanto estabelece um modo de produção ambientalmente consciente. Este caminho já está sendo trilhado com a construção de smart cities – projetos ambiciosos que reúnem as mais recentes tecnologias em benefício do bem-estar social e ambiental. Entre as cidades que já passam por esse processo inovador estão Pequim, Xangai, Shenzhen, Hangzhou, Chongqing, Chengdu, Guiyang e Wuhan.
Algumas marcas de luxo da China também assumiram compromisso com a sustentabilidade e estão transformando seus processos de produção para diminuir o impacto no aquecimento global e na emissão de gases poluentes. É o caso da gigante Shandong Ruyi, que detém as marcas Bally, the SMCP group and Aquascutum. A empresa entendeu a nova demanda dos consumidores chineses por produtos feitos com materiais naturais e com responsabilidade ambiental. Entre as melhorias implementadas em seus processos estão o uso de tintas naturais produzidas a partir de lixo orgânico, o tratamento da água utilizada no processo de tingimento e estamparia, a otimização nas cadeias de suprimento e a interrupção do uso de plástico de uso único.
A tecnologia também é usada para estimular a população a ter hábitos mais ecologicamente responsáveis. O aplicativo Ant Forest, lançado em março de 2020, encoraja as pessoas a reduzirem as emissões de carbono e a protegerem o meio ambiente. Os usuários criam seus perfis no app e registram suas atividades diárias para saber como cada uma delas impacta na redução do problema, e geram sementes virtuais que podem ser “plantadas” para que se tornem grandes árvores. Essa gamificação dos hábitos eco-friendly recebeu o prêmio Champions of the Earth pelo Programa Ambiental da ONU em 2019.
O turismo sustentável também tem sido amplamente incentivado na China. De acordo com a ONU, os passeios “promovem mais entendimento entre os povos de todos os lugares, o que leva a uma maior conscientização sobre o rico patrimônio de várias civilizações e a uma melhor apreciação dos valores inerentes às diferentes culturas, contribuindo dessa forma para fortalecer a paz no mundo”. Entre as regiões chinesas mais visitadas com esse propósito estão as Montanhas Huangshan e a Reserva e Parque Nacional de Jiuzhaigou.