A massa é um dos alimentos mais acessíveis do mundo. Muitos países têm sua própria versão de macarrão, um produto popular e barato. Geralmente sua origem é atribuída aos italianos. Só que essa combinação de farinha e água com ovos é originária da Ásia.
Embora questionada pelos italianos, acredita-se que uma receita de macarrão foi levada da China para a Itália por Marco Polo durante o século XIII. No livro “As Viagens de Marco Polo” há uma passagem que menciona brevemente uma planta que produzia farinha (possivelmente uma fruta-pão). Ele conta que os chineses usavam esta planta para criar uma pasta semelhante à farinha de cevada, usada para fazer vários pratos semelhantes a massas, incluindo um descrito como lagana (lasanha).
Registros históricos mostram que a massa já era consumida na China há milhares de anos. Em 2005, foram encontrados restos de um macarrão amarelo longo e fino, dentro de uma tigela lacrada no sítio arqueológico de Lajia, noroeste da China. A tigela, com 4 mil anos de idade, estava enterrada sob três metros de sedimentos.
“Esta é a evidência empírica de macarrão mais antiga já encontrada”, disse o professor Houyuan Lu, do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências de Pequim, na época. A descoberta foi publicada na renomada revista científica Nature e divulgada pela National Geographic.
Os cientistas identificaram que o macarrão era feito de dois tipos de milhete, um grão nativo da China e amplamente cultivado na região há 7.000 anos. O macarrão consumido no ocidente geralmente é feito de trigo.
“Antes da descoberta do macarrão no sítio arqueológico de Lajia, o registro mais antigo desse tipo de comida está em um livro escrito durante a Dinastia Han Oriental da China entre 25 e 220 d.C.”, explica o professor Lu.
Formas de preparo
A primeira região comprovadamente a produzir macarrão foi a China. Da Ásia, viajou para a Europa. Além da teoria que foi levada por Marco Polo, há indícios que negociantes árabes nômades foram os responsáveis por levar as primeiras formas de macarrão para o oeste. Assim que chegou ao Mediterrâneo, o processo foi refinado e o trigo duro tornou-se o ingrediente de escolha para a farinha de macarrão devido ao seu alto teor de glúten e longa vida útil. Quando a massa de trigo duro é seca torna-se um alimento muito prático para armazenar. Com o tempo, devido à acessibilidade, prazo de validade e versatilidade da massa, ela se tornou firmemente enraizada na cultura italiana. O clima mediterrâneo quente da Itália é adequado para o cultivo de vegetais e ervas frescas, fazendo com que os oferecessem uma grande variedade de molhos para massas à base de tomate.
Noodle ou “fita” é o formato de massa mais popular na China. Geralmente é feito de trigo ou arroz (bifum), mas também há variações a base de outros cereais e leguminosas, como feijão. O noodle é cozido fervendo em água ou colocado em sopas. Em alguns países ele também é chamado de lámen.
Conforme explica a Rádio China Internacional, “No norte da China, o macarrão (Miantiao em chinês) é servido como comida principal. Ao cozinhar o macarrão, eles preferem o sabor forte e salgado e costumam juntar a pasta de legumes e carne preparada, além de cebolinhas, alho e coentro. O caso é bem diferente no sul da China. Lá, o macarrão feito com gemas de ovos de pato dá uma textura elástica e é agradável ao paladar. As pessoas do sul têm o arroz como a comida principal e o macarrão é considerando como um complemento. Por esta razão, ele é servido em uma pequena tigela, com temperos simples, deitando somente molho de soja, algumas tiras de tubérculos de mostarda e óleo vegetal”.
Uma das formas populares de se consumir macarrão na China é frito. Veja como ele é preparado no video da chef Jiang Pu.