O grupo étnico she reúne cerca de 730.000 pessoas. A maioria habita as províncias de Zhejiang, Jiangxi, Jiangxi e Guangdong, em regiões montanhosas entre 500 e 1.500 metros de altura.
O clima da região é ameno e úmido e a terra muito fértil. Tradicionalmente eles cultivam arroz, batata-doce, trigo, feijão, tabaco, chá, amendoim e batata. Além disso, madeira e o bambu são mercadorias comerciais importantes para os she. Os recursos minerais de sua região incluem carvão, ferro, ouro, cobre, alúmen, grafite, enxofre, e outros metais não ferrosos.
História
Acredita-se que o povo she descende de tribos citadas em documentos da Dinastia Tang (618-906), quando eram denominados man, manliao ou dongliao. Somente durante a Dinastia Song do Sul (1127-1279), a nomenclatura “povo she”, apareceu nos livros de história. Nessa época eles se autodenominavam shanda que significa “convidados na montanha”. Porém, desde a fundação da República Popular da China em 1949, eles são conhecidos oficialmente como she.
Eles têm sua própria língua oral que pertence ao ramo miao da família Miao-Yao do filo Han-Zang. Na ausência de uma linguagem escrita, os she mantiveram a tradição com canções e histórias que mantém viva sua identidade até hoje. A lenda mais importante deles é a “Canção do Imperador Gao Xin”, que fala sobre a suposta origem desse povo.
Em resumo, ela fala de um homem chamado Pan Hu, que adquiriu o direito de se casar com a terceira filha do Imperador Gao Xin após ajudar o governante a derrotar um inimigo poderoso. A princesa deu à luz três filhos e uma filha. O primeiro filho, colocado em uma bandeja ao nascer, recebeu o sobrenome Pan [bandeja]; o segundo filho, após ser colocado em uma cesta ao nascer, recebeu o nome de Lan [cesta]; e o terceiro filho foi batizado de Lei [trovão] porque ouviu-se um trovão quando ele nasceu. Os descendentes de Pan Hu seriam os ancestrais dos she.
Porém, os estudiosos acreditam que a verdadeira origem dos she é o antigo povo yue, que também teriam sido os ancestrais dos yao (outro grupo étnico do sul da China).
Cultura
As mulheres usam roupas com flores, pássaros e bordados geométricos. Muitas vezes colocam faixas na cabeça, de cores vivas, ou chapéus de bambu, decorados com rendas de seda branca ou vermelha. Suas roupas também usam muita renda.
A comida típica dos she inclui gengibre halogênio, picles e um prato a base de arroz. Eles costumam beber vinho de arroz e o “pale ale”, que lembra a cerveja.
Uma das características dos she é o canto. Durante os festivais tradicionais da etnia, há muita música cantada pelos seus membros.
Os she celebram o Festival da Primavera, o Festival das Lanternas, o Festival do Brilho Puro (em memória dos mortos), o Festival de Corrida de Barcos-Dragão, o Festival da Lua e o Festival Duplo-Nono.
Além disso, o terceiro dia do terceiro mês lunar, Duplo Três, para eles é um feriado quando ninguém pode trabalhar. Também chamado Festival Shangsi [Festival da Lavagem].
É comum comemorarem com danças, música e uma refeição comunitária em longas mesas. Nesse festival invocam rituais de limpeza para prevenir doenças e livrar-se do azar. Alguns cultuam os ancestrais com orações e queima de incenso.
Veja como é a celebração: