Foto de capa: Xinhua
O Ministério da Saúde apresentou um cronograma para vacinação contra Covid-19. Essa agenda prevê o início de uma campanha de vacinação nacional em abril de 2021. Porém, a vacina experimental desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan ficou de fora da lista.
O cronograma foi definido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Ele prevê a utilização da vacina de Oxford, que está sendo desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e das doses fornecidas pelo consórcio internacional Covax Facility.
Após o anúncio da pasta, alguns representantes dos estados mostraram-se descontentes com a decisão, segundo a Folha de São Paulo. O secretário de Saúde de São Paulo, por exemplo, criticou a decisão. Jean Gorinchteyn disse acreditar que “as vacinas não estão sendo tratadas de forma republicana pelo Ministério da Saúde”. “Todos os presentes na reunião entenderam da mesma forma. A vacina de São Paulo está sendo ignorada”, completou o secretário.
Com ao menos três vacinas candidatas em grau elevado de desenvolvimento contra a Covid-19 — uma delas a Coronavac, criada juntamente com o Instituto Butantã, de São Paulo — a China acredita que não fará mal algum se garantir com algum produto privado. Com isso em mente, o laboratório Kangtai Bio fechou um acordo com a AstraZeneca para produzir e distribuir na China as vacinas que estão sendo desenvolvidas pelo laboratório, em parceria com a Universidade de Oxford e a Fiocruz, aqui no Brasil.
O número de mortos pela Covid-19 no Brasil deve chegar a 175 mil em janeiro de 2021, segundo projeção da Universidade de Washington. Com a margem de erro, esse número pode variar entre 170 mil e 181 mil. No mundo todo, o instituto estima que a marca de 2 milhões de mortos deve ser alcançada em 4 de janeiro.
O cálculo leva em consideração um cenário semelhante ao atual, com flexibilização do distanciamento social e uso de máscara estimado em dois terços da população.
Para Guilherme Werneck, epidemiologista e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), as previsões dos americanos batem com outros estudos feitos fora e no Brasil. Segundo ele, “é difícil não alcançar um número próximo desse”.
“O tempo corre” na Europa diante do aumento de infecções, internações hospitalares e mortes por coronavírus, situação “muito preocupante” segundo a OMS, que considera as restrições essenciais para afastar o fantasma de um novo confinamento geral.
Os pontos quentes no mapa da Europa aumentam a cada dia, assim como as más notícias vindas de países que conseguiram derrotar a primeira onda, como a Alemanha.
“Aumenta o número de casos diários, as internações hospitalares também. A Covid já é a quinta causa de morte e já atingiu o nível de 1.000 mortes por dia”, enumerou o diretor da seção Europa da Organização Mundial do Saúde (OMS), Hans Kluge, nesta quinta-feira.
A RFI entrevistou o médico virologista Christian Bréchot, presidente da Global Virus Network, que reúne cientistas do mundo inteiro, e ex-presidente do Instituto Pasteur, para analisar as diferenças entre a Europa e a Ásia nas medidas de contenção do vírus.
Para ele, o fato de a segunda onda atingir atualmente mais a Europa que a Ásia é multifatorial. “Há claramente diferenças culturais entre a Ásia e a Europa: lá, o uso de máscara existe há muito tempo, são populações que já são traumatizadas pelo primeiro SARS, em 2003/2004, e por epidemias severas de gripe, mas isso não explica tudo”, enumera o pesquisador, completando que na Ásia há, em geral, um senso cívico mais desenvolvido.
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