O Instituto Butantan anunciou a criação da Butanvac, primeira vacina contra o coronavírus produzida no Brasil. A documentação para o início dos testes em humanos, com expectativa para o mês de abril, deve ser entregue à Anvisa nesta sexta-feira (26). A expectativa do Instituto é a de que, uma vez obtida a autorização, os testes possam ser realizados em abril. E, a partir de maio, produzir 40 milhões de doses.
“Protocolaremos esse material ainda hoje e vamos dialogar intensamente com a Anvisa para que ela perceba a importância da autorização do início desses estudos clínicos o mais rapidamente possível, para que possamos em um mês e meio, dois meses e meio, terminar essa fase de avaliação clínica e iniciar a produção”, afirmou o diretor do Instituto, Dimas Covas.
O embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que os brasileiros são parceiros prioritários da China e continuarão sendo contemplados, apesar do grande desequilíbrio entre a oferta e a demanda de insumos e imunizantes no mundo.
— Nesse contexto, a procura interna da China também é enorme.— disse o embaixador, por e-mail, acrescentando que, mesmo assim, seu governo está sensibilizado com o lado brasileiro. — Em termos de volume e velocidade de entregas, o Brasil está à frente dos quase 50 países que compram vacinas ou IFA da China. Defendemos que as vacinas chinesas são um bem público, e estamos facilitando os contatos entre o lado brasileiro e as outras farmacêuticas chinesas.
O Governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (26) a prorrogação da fase emergencial do Plano São Paulo até 11 de abril. O anúncio foi feito pelo vice-governador, Rodrigo Garcia, quatro horas e meia após o governador João Doria ter apresentado a Butanvac, a vacina do Butantan.
A medida será implementada com a recomendação do Comitê de Contingência contra o coronavírus, em virtude dos números da pandemia. Nas últimas semanas, foram registradas dezenas de mortes de pacientes à espera de vagas.
A fase emergencial inclui o fechamento de escolas e medidas mais restritivas para comércios. Restaurantes não podem vender para que pessoas retirem no local, apenas no modelo delivery. Há também um toque de recolher das 20h às 5h, onde as pessoas podem ser abordadas para orientação em todo o estado.
O Brasil registrou 97.586 novos casos de Covid-19 confirmados na última quinta-feira (25). Esta é a maior marca em um dia até o momento – superando o dia 17/3, quando o número chegou a 90.830. O ritmo do contágio assusta diante do colapso de sistemas de saúde e a alta de mortes no país. Com isso, desde o começo da pandemia 12.324.765 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus.
A média móvel nos últimos 7 dias foi de 76.738 novos diagnósticos por dia, também batendo recorde. Isso representa uma variação de +8% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos. Os dados são do levantamento feito pelo Consórcio de Veículos de Imprensa.
Confinamento no Chile e restrições de voos na Argentina. A América Latina reforça suas medidas diante de uma nova onda brutal da Covid-19, que devasta o México e o Brasil, enquanto na Europa aumenta a tensão sobre a produção e distribuição de vacinas.
O coronavírus, que já fez mais de 24 milhões de casos e 757 mil óbitos na América Latina e Caribe, continua avançando na região, preocupada com o aumento da incidência da variante brasileira, considerada muito mais contagiosa que a cepa original. Apesar do otimismo com as vacinas, a realidade da pandemia tem levado autoridades de vários países a impor novas medidas para reduzir a circulação do vírus.
Um dos primeiros cientistas do mundo a chamar atenção para a gravidade do novo coronavírus em 2020, Eric Field-Ding, fez um novo alerta: sem ajuda internacional para controlar a doença, a variante brasileira do vírus pode se espalhar e provocar uma nova pandemia no planeta.
O epidemiologista americano afirmou à rede de notícias CNN que tem participado de conversas nos Estados Unidos sobre formas de o país auxiliar o Brasil e cobrou união internacional para auxiliar o país na superação da crise. “É o surto de Covid mais grave já registrado no mundo, pelas dimensões do Brasil e pelo fato de ainda não ter chegado em um pico de mortes”, avaliou.
Manchada por anos de conflitos na década de 1990, a Sérvia agora está surfando no sucesso de uma boa guerra: a batalha para vacinar sua população. O país passou à frente de outros, muito mais ricos e geralmente mais bem organizados da Europa, para oferecer a todos os cidadãos adultos não apenas vacinas gratuitas, mas uma miscelânea de cinco vacinas diferentes para escolher.
Por outro lado, a União Europeia tropeçou muito no fornecimento de vacinas, com uma estratégia de aquisição e distribuição desconexa que apostou alto na vacina da AstraZeneca. Essa estratégia esbarrou num obstáculo depois que membros-chave do bloco, incluindo Alemanha e França, suspenderam as aplicações da vacina por temores de que ela pudesse aumentar o risco de coágulos sanguíneos, agravando os problemas de entrega decorrentes de um déficit de produção que a empresa anunciou em janeiro. Depois, eles voltaram atrás.
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