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O Ministério da Saúde divulgou ontem que a primeira morte no Brasil causada pelo coronavírus teria acontecido em 23 de janeiro deste ano, mais de um mês antes do caso que foi confirmado como o primeiro no país. A descoberta teria sido resultado de uma investigação retrospectiva de pacientes internados com quadros de síndrome respiratória aguda grave. A paciente identificada era uma mulher de 75 anos, que morava em Minas Gerais.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, enfatizou que a investigação está sendo realizada com material coletado de pessoas que foram internadas, e que o procedimento foi feito também na época de epidemia do zika vírus. De acordo com o secretário, o procedimento mostrou que já havia caso de zika vírus identificado na região amazônica desde abril de 2014, ao contrário da informação inicial de que os primeiros casos eram de abril de 2015.
Entretanto, na tarde desta sexta-feira o Ministério da Saúde corrigiu a data e destacou que o primeiro teste positivo em Minas Gerais ocorreu somente no final de março. A Pasta declarou que a atualização foi feita pela Secretaria Estadual de Saúde de Minas e que os dados no sistema de notificação estão sendo atualizados. O 1º caso confirmado no Brasil volta a ser o registrado em 26/2, de um idoso de 61 anos que voltou de uma viagem pela Itália.
Um estudo feito pela organização Open Knowledge Brasil mostra que os dados divulgados sobre o coronavírus no país são insuficientes para acompanhar o avanço da pandemia em 90% dos Estados. O levantamento avaliou três pontos entre as informações divulgadas em portais dos governos estaduais e do governo federal: conteúdo, formato e nível de detalhamento. Somente Pernambuco possui clareza dos dados e publica informações dos casos – o estado fez 81 de 100 pontos. Em seguida vem Ceará, com 69, e Rio de Janeiro com 64. Ainda de acordo com o estudo, nenhum estado divulga quantos leitos estão ocupados em relação ao total disponível, e somente 1 deles divulga em seu portal a quantidade de testes disponível.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária autorizou que laboratórios ligados ao Ministério da Agricultura façam testes para o coronavírus. Em princípio, a resolução valerá por seis meses, mas pode ser renovada enquanto for reconhecida pelo Ministério da Saúde a emergência relacionada à pandemia. Mesmo com a suspensão de algumas exigências, os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária deverão atender os requisitos técnicos para garantir a qualidade e a segurança das análises para o diagnóstico da Covid-19, conforme as diretrizes estabelecidas pelas autoridades de saúde.
Um novo estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, traz um projeto de vacina contra o novo coronavírus que já foi avaliado como promissor pela comunidade científica. Os pesquisadores atribuem a velocidade de identificação de um método para conter o coronavírus à pesquisa prévia sobre outros tipos de vírus que já infectaram humanos, como o Sars de 2003 e o Mers de 2014.
A vacina foi testada em ratos e os anticorpos surgiram duas semanas após a aplicação. Apesar de ainda não ter sido testado em humanos, o produto manteve sua potência mesmo ao ser esterilizado com radiação gama, o que indica chances de aceitação da vacina no corpo humano. O antiviral será encaminhado para testes rigorosos da Food and Drug Administration, uma agência análoga à Anvisa brasileira, etapa que pode levar vários meses. Caso aprovada, a vacina poderá ser produzida em massa.
Pacientes que superaram o coronavírus doam plasma para ajudar a salvar vidas nos Estados Unidos. O plasma é a parte líquida do sangue que concentra anticorpos após uma doença. A dos pacientes curados da COVID-19 já demonstrou ser eficaz contra doenças infecciosas como ebola e a Sars, de acordo com estudos de pequena escala. A agência americana de medicamentos aprovou os testes com plasma de convalescentes como tratamento contra o coronavírus. Os experimentos atuais não têm como objetivo encontrar uma solução milagrosa, mas fazer testes em pacientes hospitalizados e também como tratamento preventivo em ambientes vulneráveis, como casas de repouso.
Dados da manhã de hoje mostram que os Estados Unidos têm mais de 245 mil infectados e mais de 6 mil mortos. O número de fatalidades já é quase o dobro do da China, que teve cerca de 3.300 mortes por causa da COVID-19.
O país asiático respondeu às alegações de má qualidade das máscaras produzidas internamente. Em uma entrevista coletiva, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o país está superando suas próprias dificuldades para atender às necessidades urgentes de outros países. A representante informou também que algumas empresas chinesas estão trabalhando 24 horas por dia para fornecer materiais anti epidêmicos à comunidade internacional, sempre atentas à qualidade dos produtos de exportação.
Durante a coletiva, a porta-voz Hua Chunying refutou acusações de funcionários da inteligência dos Estados Unidos de que a China teria ocultado a extensão da epidemia do novo coronavírus e subnotificado o número dos casos e mortes. A representante enfatizou que essas observações são “vergonhosas e imorais”, e que o país vem fornecendo atualizações abertas, transparentes e oportunas ao mundo.
A China contabilizou 31 novos casos confirmados de COVID-19 nas últimas 24 horas, sendo 29 deles importados. Para prevenir novos casos do exterior, atrações turísticas reabertas em março fecharam de novo. Desde o início da pandemia, o país teve mais de 81 mil casos, sendo 3.322 de vítimas fatais. Depois do fim do pico de contágio, o governo chinês se preocupa agora com a segunda onda de transmissões causadas por pacientes assintomáticos.
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