Gloria Marcortulli é italiana, nascida na capital Roma. Seu pai viajou a trabalho por 20 anos para alguns países da Ásia. Quando voltava para casa, contava histórias e experiências. Isso gerou uma paixão pela cultura asiática, em especial pela China.
Por isso, quando concluiu o ensino médio, decidiu estudar para ser intérprete e tradutora na Universidade de Estudos Internacionais de Roma (UNINT), em italiano, mandarim e inglês.
No primeiro ano de faculdade, uma das professoras chinesas levou os alunos para a Universidade Heilongjiang, em Harbin, no verão, em um intercâmbio de um mês. A experiência fez Gloria se apaixonar ainda mais pela cultura chinesa. Após sua graduação na Itália, em 2012, fez pós-graduação na Universidade Nakai, em Tianjin.
Foi nesse período que conheceu seu marido, que é brasileiro. Ele estudava engenharia, na China, através do programa Ciência Sem Fronteiras. Em 2016 o casal veio para o Brasil, país que ela adotou. Aqui Gloria começou a dar aulas de inglês e italiano.
Devido ao trabalho do esposo, morou no Rio de Janeiro e em Ribeirão Preto (SP), onde havia demanda por professores de mandarim. Em entrevista ao Ibrachina, a professora conta que começou a perceber “a necessidade que existia no Brasil de pessoas que falassem o mandarim, e também perceber as poucas oportunidades que haviam para que as pessoas aprendessem sobre as culturas da China, que é um país tão grande e bonito”.
Ela decidiu então abrir sua própria escola de mandarim, com instalações físicas. Com a pandemia, levou seus conhecimentos para a internet. Criou o curso “Mundo Mandarim”, e alcançou um público ainda maior, pois além de alunos brasileiros, ensina pessoas de países como Canadá, Portugal e Irlanda.
“Com os anos, percebi que uma das maiores carências nos cursos online era a da possibilidade de falar e errar, então fiz disso o meu maior objetivo. Errar é muito importante para que se aprenda a falar um idioma e, para que isso fosse possível, comecei a aceitar apenas 10 alunos, no máximo, por turma, para que quem tivesse aula comigo pudesse interagir, e eu conseguisse ouvir a todos eles com atenção”, conta.
Ela tem muitos seguidores nas redes sociais, onde dá dicas sobre a língua e fala sobre a cultura chinesa. “Meus alunos vão dos 14 até mais de 60 anos. Alguns com objetivos profissionais ou simplesmente porque amam o mandarim. Outros são apaixonados por artes marciais, músicas e séries chinesas, por exemplo. Fico muito orgulhosa de poder ajudar a mostrar o mundo todo que se abre para quem fala mandarim”, explica.
Gloria trabalha agora no desenvolvimento de uma nova plataforma, com a finalidade de atingir mais alunos e fornecer uma maior acessibilidade ao material. Quando estiver no ar, mostrará não apenas temas relacionados com a língua, mas também falará de cultura, filosofia e história da China.
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