Quem frequenta restaurantes chineses geralmente recebe a opção de comer com dois pauzinhos feitos de madeira. Em mandarim, eles são chamados de kuàizi (筷子) – termo formado por “kuai” (rápido) ‘zi’ (peça de bambu).
Apesar desse aparato ser predominante para se comer na cultura chinesa, nem todo mundo sabe que foram os chineses que inventaram o garfo. Os registros históricos mais antigos desse talher vêm da China. Arqueólogos encontraram o que seriam os primeiros garfos, feitos de ossos de animais, durante escavação em Gansu, província do centro-norte da China.
Esses garfos primitivos, de duas pontas, eram usados durante a Idade do Bronze. Vários garfos de osso, conhecidos como “cha” foram encontrados em um cemitério da cultura Qijia (2400–1900 a.C.). Objetos muito semelhantes também foram descobertos em cemitérios da Dinastia Shang (1600-1050 a.C.), bem como de dinastias subsequentes.
Uma escultura em pedra encontrada em uma tumba no Condado de Suide, província de Shanxi, retrata três garfos de duas pontas pendurados em uma cena de jantar. Objetos semelhantes também foram retratados em cima de um fogão em uma cena em outra tumba na mesma região.
Os kuàizi foram inventados muito mais tarde e substituíram os garfos na China como o principal utensílio, pois eram considerados mais eficientes. O professor Du Yude, do Instituto de Estudos Culinários Avançados da Academia Chinesa de Ciências Sociais, explica que “como tantos outros artefatos do cotidiano, garfos têm suas origens na civilização gloriosa e criativa da China”.
No Ocidente, os primeiros registros do uso do garfo como instrumento para comer foram durante a Grécia Antiga, foram os romanos que criaram a versão mais parecida com o que conhecemos, por volta do ano 200 d.C. Até então era mais comum comer com as mãos, tendo o auxílio de uma faca. Os garfos só foram se popularizar na Europa no século 10 e de lá se espalharam pelo mundo.