O Dia Mundial da Água é celebrado anualmente pelas Nações Unidas em 22 de março. O objetivo é destacar a importância da água doce e lembrar dos 2,2 bilhões de pessoas que ainda não possuem acesso fácil à água potável.
A ideia para este dia internacional remonta a 1992, quando foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro. Naquele mesmo ano, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou uma resolução criando o Dia Mundial da Água, que passou a ser observado a partir do ano seguinte.
A data também pretende conscientizar sobre a crise global da água, com foco central no cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6, que prevê água e saneamento para todos até 2030.
A água tem um valor enorme para nossas famílias, alimentação, cultura, saúde, educação, economia e para a integridade do meio ambiente. Muitas vezes não nos damos conta que é um recurso finito e insubstituível. Nesse sentido, o ODS 6 defende a garantia de água e saneamento para todos os habitantes do planeta. Conforme os especialistas, o acesso à água está sob extrema ameaça, devido ao crescimento acelerado da população mundial, as demandas crescentes da agricultura e da indústria e os impactos cada vez piores das mudanças climáticas.
O desafio é grande em nosso país. O Instituto Trata Brasil, divulgou um relatório apontando que quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e cerca de 100 milhões não têm serviço de coleta de esgotos no país. Desses, 5 milhões e meio estão nas 100 maiores cidades brasileiras. Além disso, metade do esgoto gerado no país não é tratado.
O presidente do Ibrachina, Thomas Law, preside a Comissão Especial Brasil/ONU para Implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (CEBRAONU) da OAB Nacional.
Ele tem participado de eventos que promovem os ODS no Brasil. Em 2021, ao participar de uma audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, ele reforçou que o alcance da Agenda 2030 só será possível com a “união dos órgãos públicos, poderes constituídos, o engajamento da OAB, da sociedade civil como um todo, além do envolvimento das empresas privadas através da aplicação do ESG, que envolve governança, responsabilidade social e ambiental”.
Agenda 2030 e a água
A Agenda 2030 reafirma que acesso a água e saneamento são fundamentais para a redução da pobreza, crescimento econômico e sustentabilidade ambiental. O ODS 6 destaca que a água está no cerne do desenvolvimento sustentável e das suas três dimensões: ambiental, econômica e social. Lembra ainda que os recursos hídricos e os serviços relacionados a ele sustentam os esforços de erradicação da pobreza, de crescimento econômico e da sustentabilidade ambiental.
A lembrança da data, segundo a ONU, também ajuda a mostrar que é possível superar este desafio se houver uma ampla cooperação mundial. Algumas das metas da Agenda 2030 são: apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento; até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos; Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água; até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade; até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo à água potável, segura e acessível para todos.