Voluntários da Universidade de São Caetano, na região do ABC, começaram a receber nesta sexta-feira as doses da vacina contra o coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotec em parceria com o Instituto Butantan. A Universidade é um dos 12 centros escolhidos no estado de São Paulo para realizar os testes sob coordenação do Instituto. Um total de 652 voluntários foram selecionados, outros 400 foram pré-selecionados, e ainda têm vagas abertas para quem quiser participar do estudo. Hoje, quatro voluntários receberam as doses em São Caetano. A primeira foi uma enfermeira de 31 anos, que deve voltar para receber a segunda dose. Metade dos voluntários recebe a dose da vacina e outra metade recebe placebo.
Ontem, o Hospital Emílio Ribas, referência pública em infectologia em São Paulo, começou a testar voluntários. O hospital é o segundo a começar testes no Brasil com a vacina da Sinovac — que foi batizada de CoronaVac em referência ao nome da empresa. Na semana passada, a testagem já havia começado no Hospital das Clínicas da capital paulista, que fará no total testes com 890 voluntários. O Hospital das Clínicas em Ribeirão Preto, também da USP, foi outro dos centros que começou a testar nesta quinta-feira.
O Instituto Butantan também criou um drive-thru de testes de Covid-19 no estacionamento de um shopping na Zona Sul de São Paulo. O diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que a novidade mostra uma mudança na estratégia de testagem do estado. Este teste é capaz de identificar pacientes assintomáticos da Covid-19 desde que eles tenham o vírus no organismo no momento do exame. Já o teste rápido, também conhecido como teste sorológico e oferecido em farmácias e laboratórios, indica a presença de anticorpos contra o vírus, ou seja, acusa geralmente casos passados da doença.
Um estudo publicado hoje na revista científica “Nature Human Behavior” afirma que cada pessoa infectada pelo coronavírus no Brasil transmitiu a covid-19 para, em média, outros três indivíduos entre fevereiro e maio. O estudo foi comandado por pesquisadores da USP e da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Também participaram especialistas dos Estados Unidos, da China, do Equador, da Holanda e do Panamá.
De acordo com o estudo, o índice de transmissibilidade da covid-19 no Brasil até maio ficou em 3,1, o que significa que cada pessoa infectada transmitiu a doença a outros três indivíduos. O índice no Brasil ficou acima do registrado em outros países da Europa fortemente atingidos pela pandemia, como Espanha, Reino Unido (ambos com 2,6), França e Itália (2,5 cada), indicou o estudo.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse que adiará o próximo estágio de afrouxamento da quarentena por pelo menos duas semanas no Reino Unido devido a um aumento nas taxas de infecção pelo novo coronavírus.
Hoje, a OMS disse que não existe uma estratégia de “risco zero” para os países relaxarem as restrições de viagens internacionais durante a pandemia de covid-19, e que as viagens essenciais para emergências deveriam continuar sendo a prioridade. Ontem, a União Europeia atualizou a lista de países sem restrições para entrar nos países do bloco, e o Brasil também reabriu as fronteiras a estrangeiros.
Diariamente o Observatório do Coronavírus publica esclarecimentos sobre as mais recentes fake news divulgadas nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Confira: