Foto de capa: Xinhua/Rahel Patrasso
O Ministério da Saúde anunciou que trabalha com a previsão de iniciar até dezembro uma campanha de conscientização sobre a vacina contra a covid-19. O imunizante, que tem várias versões em testes pelo mundo, é visto com desconfiança por parte da população e até pelo presidente Jair Bolsonaro, que já reforçou por diversas vezes que ainda não há nenhuma vacina aprovada contra a doença causada pelo novo coronavírus.
Em coletiva de imprensa realizada sem a presença do ministro da Saúde Eduardo Pazuello, a pasta apresentou um Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19. O projeto vai integrar o PNI (Programa Nacional de Imunizações) e prevê dez eixos principais. Um deles é o da comunicação, que inclui uma campanha sobre o desenvolvimento e aprovação da vacina, prevista para dezembro e janeiro. O mesmo eixo também prevê uma campanha sobre a vacinação em si, mas esta ainda sem previsão porque, segundo o Ministério, depende primeiro da aprovação de um imunizante pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O Brasil recebeu ontem o primeiro lote da Coronavac, desenvolvida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac e cujos estudos clínicos estão na fase final. As primeiras 120 mil doses da Coronavac, que ainda não podem ser aplicadas, chegaram nesta manhã a São Paulo, cujo governo fechou com a Sinovac um contrato para receber um total de 46 milhões de vacinas, equivalentes a toda a população do estado. O avião de carga da companhia aérea turca Turkish, que transportou as vacinas e havia saído da China na segunda-feira, aterrissou pouco antes das 8h (horários de Brasília) em Guarulhos.
Além da importação de doses da vacina, o acordo do governo de São Paulo com a biofarmacêutica chinesa também prevê a transferência da tecnologia da vacina para o Instituto Butantan, entidade pública que coordena os testes clínicos no Brasil com a empresa.
A vacina da Pfizer e da BioNtech deve ser encaminhada para a aprovação de uso emergencial junto à FDA, agência reguladora de medicamentos nos EUA, ainda nesta sexta-feira. Segundo informações da agência de notícias Dow Jones, Alex Azar, secretário de Saúde dos EUA, confirmou o fato em entrevista coletiva na Casa Branca.
Uma autorização de emergência é uma autorização temporária ou condicional concedida para responder a uma situação de emergência, como uma pandemia. Pode ser revogada ou modificada se surgirem novos dados sobre a eficácia ou segurança da substância.
A FDA não informou quanto tempo levaria para revisar os dados de eficácia e segurança, os dois principais critérios para que uma vacina seja aprovada para uso comercial.
A China, primeiro país afetado pelo novo coronavírus, no fim de 2019, tem disponibilizado vacinas candidatas contra a Covid-19 de forma ampla sem garantias de segurança e eficácia destes imunizantes ao longo dos últimos meses. As ressalvas, no entanto, não têm sido um problema para boa parte dos chineses, que já disputam doses e pressionam estoques de laboratórios com a crescente demanda. A vacinação já é feita em regime emergencial, com autorização da Comissão Nacional de Saúde da China, equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil.
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