Foto de capa: Carolina Antunes/PR
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O médico oncologista e empresário do setor da saúde Nelson Teich é o escolhido por Jair Bolsonaro para ocupar o Ministério da Saúde no lugar de Luiz Henrique Mandetta, demitido na tarde de ontem. Teich falou que não fará mudanças bruscas na política do Ministério em meio à pandemia, mas disse estar alinhado ao presidente e defendeu que saúde e economia não podem ser discutidas separadamente. Além disso, o novo ministro citou que a atividade econômica é um fator importante para a saúde.
Em entrevista ao Telejornal SBT Brasil, Teich contou sobre suas ideias para o trabalho de combate à pandemia do novo coronavírus e declarou que pretende fazer testes em massa na população, mas que isso não quer dizer os testes estarão disponíveis para todas as pessoas.
Embora o foco seja ampliar a testagem, o Brasil está atrás de outros países da América Latina na realização do exame. Chile, Peru e Uruguai lideram a lista dos países latinos que mais fazem testes para Covid-19, por milhão de habitante. No estado de São Paulo, o número de exames por milhão de pessoas é de 313, semelhante ao de México e Bolívia.
SP prorroga quarentena até maio
O governador João Doria, anunciou hoje a segunda prorrogação da quarentena em São Paulo até dia 10 de maio. O Estado registra 853 mortes provocadas pela Covid-19 e 11.568 casos confirmados de contaminação, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde. A medida obriga o fechamento do comércio e mantém apenas os serviços essenciais, como nas áreas de Saúde e Segurança. Dória afirma que a prorrogação é devido ao número crescente de contaminados e óbitos no estado, além do baixo índice de isolamento social entre a população, que deveria estar acima de 60%, mas está em 49%.
São Paulo teve o primeiro caso de colapso em um hospital durante essa semana: o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência para o tratamento da doença na capital, já está com 100% dos leitos de UTI ocupados por pacientes com Covid-19. O sistema de saúde no estado do Ceará também colapsou na quinta-feira com a ocupação total dos leitos de unidade de terapia intensiva. O estado nordestino é o terceiro mais afetado pela doença no Brasil.
O Ministério da Saúde anunciou recentemente que está começando a contabilizar a quantidade de pacientes considerados recuperados da Covid-19. São mais de 14 mil pessoas consideradas livres da doença, cerca de 55% do número total de infectados. Porém, essa porcentagem de recuperados depende, entre outros fatores, do tempo que a epidemia está afetando o país, porque são necessários pelo menos 10 dias após os sintomas iniciais para ter certeza de que um paciente já superou a doença.
Linha de frente no combate a COVID-19 sofre com perdas e falta de proteção
O Brasil registrou ao menos 30 mortes de profissionais de enfermagem causadas pela Covid-19 até a última quarta-feira, 15/4. Outros 4 mil profissionais estão afastados pela doença, sendo 552 com diagnóstico confirmado e mais de 3,5 mil em investigação. Ao todo, já são mais de 4,8 mil denúncias por falta de equipamentos de proteção individual para trabalhar, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem.
Gilney Guerra, conselheiro federal, afirma que o maior problema hoje na enfermagem é a falta de EPIs. Há denúncias de reuso de máscara N95 e de outras que são feitas com material duvidoso. Se a pandemia avança e não há EPI suficiente, a tendência é ter um maior número de profissionais contaminados e mais afastamentos.
Pacientes curados na Coreia do Sul voltam a testar positivo
Na Coreia do Sul, o Centro de Controle de Doenças informou que 116 pacientes que eram considerados curados voltaram a dar positivo alguns dias depois. O país está analisando esses casos e não deu mais dados. Pesquisadores afirmam que a chave da imunidade pode estar em outro tipo de célula imunológica: os linfócitos T, outro componente da resposta imune adaptativa. Um linfócito pode identificar e destruir uma célula infectada. O componente pode “se lembrar” das proteínas do vírus e suprimi-lo mesmo depois de anos. Por enquanto, as informações sobre os linfócitos T no tratamento da COVID-19 são praticamente inexistentes.
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