Foto de capa: Marcos Serra Lima/ G1
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No Brasil, 1,6 milhão de pessoas vulneráveis ao novo coronavírus vivem longe de hospitais com UTI. A cidade do Rio de Janeiro é o caso mais crítico: 384 mil pessoas moram a uma distância maior do que 5 km de carro até o hospital mais próximo, com pelo menos um leito de UTI adulto e um respirador mecânico no SUS. Em seguida, estão São Paulo (263,1 mil), Brasília (121 mil) e Curitiba (116,4 mil).
Já Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, lidera o ranking, em termos proporcionais, como a cidade mais problemática entre as 20 mais populosas.
O estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA mapeou o acesso ao SUS para casos suspeitos e graves de coronavírus nas 20 maiores cidades do Brasil. O pesquisador Rafael Pereira, que coordenou o estudo, explicou que o levantamento tem como objetivo apontar quais regiões devem ter mais atenção dos governos com atendimento pré-hospitalar, envio de agentes de saúde e ambulâncias; onde devem ser construídos hospitais de campanha; e identificar quais unidades têm menos disponibilidade de leitos e quais vão enfrentar maiores gargalos de internação de pacientes graves.
O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, afirmou hoje que os hospitais de campanha sob responsabilidade do governo do RJ já têm 550 respiradores garantidos. Em entrevista por telefone ao Bom Dia Rio, da Rede Globo, Edmar também manteve para a primeira semana de maio a abertura de dois deles — o do Leblon, na Zona Sul do Rio, e do Maracanã, na Zona Norte.
Em São Paulo, a taxa média de ocupação das UTIs dos hospitais municipais chegou a 73% da capacidade. Pelas contas do governo do estado, são mais de 6 mil pacientes internados pela Covid-19. Em outros hospitais de referência, a capacidade já chegou aos 100%, como os hospitais de Parelheiros, em Itaquera; o de Cidade Tiradentes; e Emílio Ribas.
Quase 40% das diaristas brasileiras perderam 100% da renda mensal na pandemia
Desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, 39% dos empregadores de domésticas diaristas abriram mão do serviço dessas profissionais, sem manter o pagamento das diárias. Os dados são de uma pesquisa que será divulgada nesta semana. Tal percentual é ainda maior entre os entrevistados pertencentes às classes A e B – camadas da sociedade em que a renda por pessoa da família é superior ao teto dos R$ 1.526 mensais que limita a classe C.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Locomotiva, entre os dias 14 e 15 de abril. Segundo o estudo, 39% dos patrões de diaristas e 48% dos de mensalistas declararam que suas funcionárias estão mais protegidas contra a doença – esse grupo está em casa, mas recebendo o pagamento normalmente para cumprir o distanciamento social requerido contra a doença.
Outra pesquisa realizada pelo Instituto no mesmo período aponta que, depois de um mês do isolamento social provocado pela pandemia, 58% dos brasileiros deixaram de pagar alguma dívida — o total representa 91.040 milhões de pessoas.
Afetada pela crise econômica decorrente do vírus, a arrecadação de impostos e contribuições federais somou mais de R$ 109 bilhões em março, um recuo real (descontada a inflação) de 3,32% na comparação com o mesmo mês de 2019. Em relação a fevereiro deste ano, houve queda de 5,83%. De acordo com a Receita Federal, o comportamento da arrecadação de março decorre da variação dos principais indicadores macroeconômicos no mês.
Apesar do aumento de 3,30% na venda de bens na comparação com março de 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apurou quedas na produção industrial (-0,51%) e nas vendas de serviços (0,70%) em março.
Coronavírus no mundo
O número de casos de coronavírus confirmados no mundo passou dos 2,5 milhões nesta terça-feira (21), de acordo com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos. O país é justamente o que tem as maiores marcas de infecções, com quase 790 mil, e com mais de 43 mil mortes. A primeira morte por Covid-19 nos EUA ocorreu 20 dias antes do reportado inicialmente.
Apesar disso, estados do sul dos Estados Unidos começam a reabrir gradativamente, num processo marcado pela polarização política. Geórgia será o primeiro Estado a iniciar a “nova normalidade”, na próxima segunda-feira. Outros três redutos conservadores relaxam as restrições para frear o coronavírus. O presidente republicano, Donald Trump, estimulou os protestos contra as medidas de isolamento, convocados sobretudo por suas bases mais radicais em Estados com governadores democratas. Embora a propagação da covid-19 tenha desacelerado, houve quase 200 mil novos contágios e 13 mil mortes em uma semana. Alguns dos Estados que estão se movimentando para reativar sua economia concentram graves focos de contágio, como a Louisiana.
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