Foto de capa: Hu Chengwei/Getty Images
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Depois de cerca de 3 meses fechada, a Disney Xangai reabriu as portas nesta segunda-feira (11/5). Os ingressos para os 3 primeiros dias e para o próximo sábado esgotaram em minutos. Esta foi a primeira unidade da rede da gigante do entretenimento global a aderir à quarentena. O parque funcionará com 30% de sua capacidade e deve receber cerca de 24 mil visitantes por dia, seguindo regras estritas: os ingressos precisam, obrigatoriamente, ser adquiridos online, filas e restaurantes terão de respeitar o distanciamento social, o uso de máscara é obrigatório para visitantes e funcionários, e as famosas paradas e shows noturnos estão suspensos.
A reabertura do parque de US$ 5,5 bilhões marca um passo inicial rumo à recuperação da Disney da crise global de saúde, com impacto no lucro de US$ 1,4 bilhão no trimestre passado e levou a empresa a fechar resorts em todo o mundo.
O parque da Flórida, nos Estados Unidos, iniciará a reabertura da Disney Springs, área de lojas, restaurantes e entretenimento, a partir do próximo dia 20. A reabertura se dará em fases, seguindo as recomendações das autoridades de saúde e do governo, e começará por lojas e restaurantes que não são propriedade da Disney, mas de investidores que compraram a licença de operar no espaço. A Disney reforça que os parques temáticos e resorts continuam fechados até segunda ordem.
O desempenho fortalece uma visão mais otimista sobre o pós-quarentena, e é um bom indicativo para o futuro da indústria do entretenimento. Para os mais esperançosos, a euforia de aproveitar tudo o que não era possível durante a pandemia pode ser um bom combustível para a retomada do mercado. Depois de meses de confinamento, o retorno do público ao cenário cultural seria um movimento natural. Na outra ponta, os mais pessimistas acreditam que o mais provável é que o medo se sobreponha a isso, impedindo que as pessoas retomem de imediato o hábito de frequentar parques, cinemas e demais atrações.
Coronavírus no Brasil
A proliferação do novo coronavírus em grande escala em cidades da região Amazônica jogou por terra a hipótese inicialmente levantada de que a COVID-19 poderia perder força ao chegar a regiões mais quentes do planeta. Amazonas e Amapá, estados que registram altas temperaturas, lideram os rankings proporcionais de mortes e casos no país, segundo dados do Ministério da Saúde.
Segundo Felipe Naveca, pesquisador de virologia e biologia molecular da Fiocruz Amazônia, o calor pode até reduzir, mas “não é suficiente para parar uma pandemia como essa”. Naveca explica que o frio gera uma tendência de aumento da transmissão de um vírus respiratório, porque as pessoas ficam mais tempo em lugares fechados, e lembra que outros vírus respiratórios são comuns na região Amazônica, com a proliferação de doenças neste período do ano.
Um novo estudo realizado pela Universidade de Tecnologia e Design de Singapura revelou que o avanço rápido da doença no Brasil levou o prazo de término da pandemia para o dia 11/11. De acordo com a pesquisa, o país está vivendo neste momento o pico do vírus, que deve começar a diminuir a partir de julho. São mais 163 mil infectados no Brasil e cerca de 11.200 óbitos, segundo dados das secretarias estaduais de saúde divulgados hoje.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes apresentou hoje as principais iniciativas promovidas por 46 universidades federais brasileiras no combate à pandemia. Segundo a entidade, 823 pesquisas estão em andamento para mapear o novo coronavírus e encontrar uma vacina contra a COVID-19.
Os estudos buscam, principalmente, identificar o genoma viral do novo coronavírus – que é um procedimento fundamental para a produção da vacina, elaborar sistemas informatizados para a detecção de novos casos da doença, descobrir tipos de testes mais baratos e fabricar nacionalmente peças para ventiladores mecânicos. Além disso, as instituições de ensino disponibilizaram 489 leitos de UTIs e 2.228 leitos de atendimento comum.
O presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal da Bahia, João Carlos Salles Pires da Silva afirmou que “as universidades são lugares de combate ao obscurantismo”. Segundo ele, o investimento em pesquisas e no Sistema Único de Saúde mostram-se ainda mais fundamentais durante a pandemia.
Estudo aponta que homens são mais vulneráveis ao coronavírus
Um estudo liderado por cientistas europeus apontou que homens têm níveis mais altos de uma enzima usada pelo novo coronavírus para infectar as células que as mulheres. Nesta segunda-feira, os pesquisadores revelaram a descoberta que pode ajudar a explicar por que essa população parece ser mais vulnerável às infecções da COVID-19.
A enzima conversora de angiotensina é encontrada no coração, nos rins e em outros órgãos. Na COVID-19, acredita-se que ela desempenha um papel na forma como a infecção avança para os pulmões.
Segundo Adriaan Voors, professor de cardiologia da Universidade e Centro Médico de Groningen, na Holanda, que co-liderou o estudo, os índices de morte e infecção indicam que os homens têm mais probabilidade de contrair a doença, e de sofrer complicações graves ou críticas neste caso, do que as mulheres.
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