Foto de capa: Bloomberg
Cientistas de todo mundo estão em uma verdadeira corrida contra o tempo para encontrar uma candidata a vacina eficaz no combate à pandemia do novo coronavírus. Segundo o mais recente balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 169 pesquisas estão em desenvolvimento e ao menos 30 delas já foram registradas em fase clínica, que é a etapa de teste em humanos.
Há quatro tipos de vacinas que são estudadas atualmente para o novo coronavírus: a genética, a viral, a de proteína e a de vírus inativado. Cada uma delas tem uma forma diferente de induzir o sistema imunológico a se proteger da infecção pelo Sars-Cov-2.
VACINA GENÉTICA
Esse tipo de vacina usa parte do material genético do vírus para estimular o corpo a produzir defesa contra o Sars-Cov-2. É o caso das vacinas da Moderna, nos EUA e da BioNTech/Pfizer, feita em parceria por empresas da Alemanha e dos EUA – que estão na terceira e última fase de testes. Na Fase 2, estão as candidatas do Japão (Universidade de Osaka/AnGes/Takara Bio), da Índia (Cadila Healthcare Limited), e dos EUA e Singapura (Arcturus/Duke-NUS). Além delas, há duas pesquisas feitas por acordos internacionais (Inovio Pharmaceuticals/ Instituto Internacional de Vacinas e Consórcio Genexine).
VETOR VIRAL
A vacina usa um vírus modificado para introduzir parte do material genético do coronavírus no organismo e induzir a proteção. É o caso da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford/AstraZeneca, em Fase 3.
BASE DE PROTEÍNA
Cientistas usam uma proteína do vírus, ou um pedaço dela, para produzir resposta imunológica. Não há nenhuma vacina que usa essa tecnologia em fase final de testes em humanos. Estão na fase 2 de testes a da Anhui Zhifei Longcom Biopharmaceutical / Instituto de Microbiologia da Academia Chinesa de Ciências (China), a Novavax (EUA), e a Kentucky Bioprocessing (EUA).
VÍRUS INATIVADO
Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele, é a que mais tem propostas na terceira fase de testes em humanos. A China lidera nesta tecnologia, e tem três vacinas na fase final de testes: a Sinovac, a do Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan/Sinopharm, e a do Instituto de Produtos Biológicos de Pequim/Sinopharm.
Cientistas em Hong Kong anunciaram, nesta segunda-feira (24), a confirmação do primeiro caso no mundo de reinfecção pelo novo coronavírus. A pesquisa com o resultado foi aceita para publicação no “Clinical Infectious Diseases”, da editora da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os pesquisadores testaram o código genético do vírus e descobriram que o vírus da segunda infecção pertencia a uma linhagem diferente da primeira. Ao ser contaminado pela primeira vez, o paciente, um homem de 33 anos, teve apenas sintomas leves; na segunda, nenhum sintoma. A pesquisadora Ester Sabino, da Faculdade de Medicina da USP, que fez parte da equipe que sequenciou o genoma do coronavírus no Brasil, confirmou que, conforme a árvore filogenética dos vírus, eles são diferentes (uma árvore filogenética detalha as relações entre várias espécies e as mutações que elas sofreram).
O diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, reconheceu que os serviços de unidades de tratamento intensivo estão sob menos pressão do que estavam inicialmente no Brasil, mas alertou que isso não significa que o país tenha conseguido controlar a transmissão do vírus. Para Ryan, os créditos da desaceleração dos casos diários no Brasil, apesar de se manterem altos, “devem ser dados às comunidades e aos profissionais da saúde.” “A pergunta agora é se esse padrão de declínio será mantido”, observou.
A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, alertou hoje que o tratamento da Covid-19 com plasma convalescente (material com anticorpos retirado do sangue de pacientes que já se recuperaram da doença) ainda é experimental. “O que envolve é coletar plasma de pessoas que se recuperaram da Covid e usar para transfundir em alguém que está doente. Geralmente, é usado em pacientes gravemente doentes, hospitalizados”, explicou a cientista. Ontem, a agência reguladora dos Estados Unidos, a FDA (espécie de Anvisa americana), aprovou o uso emergencial da substância para tratar a Covid-19.
Ontem, a Rússia afirmou que, até o fim do ano, planeja aumentar a produção de doses de sua potencial vacina contra a Covid-19. Inicialmente, o país pretende manter sua fabricação entre 1,5 milhão e 2 milhões de doses mensais. No entanto, o objetivo é o de fazer com que esse número alcance 6 milhões mensalmente a partir de aumentos graduais. A revelação dos planos foi feita por Denis Manturov, ministro da Indústria russo. O imunizante, produzido pelo Instituto Gamelaya, em Moscou, começará a ser testado esta semana, com aplicações em larga escala. Estima-se que 40 mil voluntários de 45 centros de pesquisa espalhados pelo país participarão da etapa.
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