Foto de capa: Xinhua/Rahel Patrasso
O Brasil espera ter uma vacina contra a Covid-19, aprovada e pronta para uso em um programa nacional de imunização, até junho de 2021, disse o chefe da Anvisa, Antônio Barra Torres.
Com um dos piores surtos de coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia, o Brasil se tornou um campo de testes chave para vacinas e aprovou testes clínicos em estágio final para quatro possíveis imunizantes que estão em desenvolvimento. Eles estão sendo pesquisados pela Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca; pela Sinovac Biotech; pela Pfizer Inc em parceria com a BioNTech; e pela subsidiária farmacêutica da Johnson & Johnson, a Janssen.
Na última quarta-feira, 28, a Anvisa autorizou a importação de insumos chineses para a produção da vacina Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório Sinovac-Biotech. A solicitação foi feita pelo Butantan há semanas e autorizada, agora, “em caráter excepcional”, diz a Anvisa, “para fabricação da vacina adsorvida Covid-19 (inativa), em estudo clínico fase III, ainda sem registro no Brasil. Os estudos ainda estão em andamento e não existe previsão de data para a vacinação.”, completa a nota.
Segundo a Agência, o tema foi debatido em um conselho deliberativo entre ontem e hoje. A decisão levou em conta a certeza dada pelo Butantan que o imunizante só seria distribuído à população se houver o “deferimento do registro da vacina pela Anvisa” e o acompanhamento póstumo do fármaco na população.
Os brasileiros são mais resistentes a se vacinarem contra a Covid-19 se o imunizante for produzido pela China ou pela Rússia. É o que mostra um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (CPS/UnB). De acordo com o levantamento, 78% dos entrevistados afirmaram ter alguma ou muita chance de se vacinar quando não houve indicação da origem de produção da droga. Mas a associação da substância com a China reduz em 16,4% a intenção de vacinação dos brasileiros. Ao considerar que a produção do imunizante tenha origem russa a redução é de 14%. A rejeição é menor considerando que seja produzido nos Estados Unidos (-7,9%) ou pela Universidade de Oxford, do Reino Unido (-7,4%).
Enquanto a Europa volta a se fechar para conter a segunda onda da covid-19, o Brasil continua estável na primeira, sem previsão de queda ou aumento significativo do número de casos a curto prazo. O caso do Brasil é único no mundo e intriga infectologistas, epidemiologistas e estatísticos. Segundo os especialistas, o País ainda está longe de debelar a primeira onda. A segunda onda só ocorre depois de um primeiro pico infeccioso agudo, seguido de uma queda considerável no número de casos e mortes, chegando praticamente a zero. Subitamente, há um aumento importante dos registros, superior a 50%. É o que está acontecendo em vários países da Europa, como França, Espanha e Alemanha, que voltaram a anunciar medidas de lockdown para conter a disseminação do vírus.
Para a surpresa de muitos, Wuhan – onde o coronavírus foi detectado pela primeira vez, há quase um ano – agora se tornou um dos principais pontos turísticos da China. Somente durante a Semana Dourada, período festivo do gigante asiático que vai de 1 a 7 de outubro, a Província de Hubei atraiu mais de 52 milhões de turistas que geraram receitas de aproximadamente US$ 5,2 bilhões, o equivalente a R$ 29 bilhões. E Wuhan, a capital regional, recebeu quase 19 milhões de visitantes, segundo dados do Departamento de Cultura e Turismo da Província. O governo chinês garante que em Wuhan não há um único caso de coronavírus. No entanto, várias organizações e especialistas acreditam que essa afirmação deve ser vista com cautela.
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