O governador de São Paulo, João Doria, evitou anunciar, nesta quarta-feira (10), medidas mais restritivas para o controle da pandemia da Covid-19. Além de manter as regras da fase vermelha do Plano SP, Doria anunciou uma próxima etapa de vacinação contra a doença causada pelo coronavírus. A partir do dia 22 de março serão vacinados idosos entre 72 e 74 anos. Atualmente, o estado ainda vacina idosos com 77 anos ou mais. Pessoas com 76 e 75 anos começarão a ser vacinadas na próxima segunda-feira (15).
Na capital, a Prefeitura de São Paulo retomará a vacinação no sistema drive-thru, que estava suspenso desde o último sábado (6). Com as internações por Covid-19 em alta, na terça-feira (9) foi estabelecido um novo recorde de mortes diárias. Em apenas 24 horas, foram registrados 517 óbitos.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, assinou um ofício pedindo à embaixada chinesa no Brasil a liberação de 30 milhões de doses de vacinas da Sinopharm contra o coronavírus. Essa vacina ainda não foi negociada pela pasta e também não foi testada no Brasil. Em dezembro, o laboratório chinês afirmou que ela tem 79,3% de proteção contra a covid-19 nos estudos clínicos da fase 3.
Em 31 de dezembro, a Sinopharm passou a produzir e a aplicar em massa o imunizante na China. Países como Emirados Árabes, Egito e Bolívia já concederam a autorização necessária para que os imunizantes sejam aplicados em seus cidadãos. Caso o uso da vacina seja autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e haja acordo comercial, seria a segunda vacina chinesa a ser usada no Brasil — o país já aplicou mais de 7 milhões de doses da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan com tecnologia do laboratório chinês Sinovac.
O estado de São Paulo já apresenta 19 unidades de saúde em colapso, com 100% dos leitos de UTI para a Covid-19 ocupados. Até ontem, outros seis hospitais também registravam ocupação acima de 95%. Na última segunda-feira (8), o governador João Doria anunciou a criação de 11 novos hospitais de campanha. As unidades serão distribuídas entre a capital, interior e litoral. No total, serão 280 leitos – 140 de UTI e 140 de enfermaria.
Os novos leitos, segundo o governo, serão instalados até o dia 31 de março, nos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) das cidades de Andradina, Botucatu, Campinas, Itapetininga, Ourinhos, Santo André, Santos e Tupã. Em Fernandópolis, será montado junto à Unidade de Reabilitação Lucy Montoro. Já na capital paulista, será vinculado ao Hospital São José, na zona norte.
Tanto o Ministério da Saúde como a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmaram que estão dispostos a conhecer todas as vacinas que prometem imunizar contra o novo coronavírus, sem distinção de fabricante ou país. Porém, dos 13 imunizantes em avaliação pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para uso emergencial, o Brasil tem ignorado seis deles.
Segundo a OMS, há 182 possíveis vacinas contra a Covid-19 em estado pré-clínico de desenvolvimento. Dos 79 imunizantes em fase clínica, 13 estão em processo de avaliação para pré-qualificação e uso emergencial pela organização.
A China anunciou que terá um passaporte digital para facilitar o trânsito de pessoas já vacinadas contra a Covid-19 e que não são portadoras do novo coronavírus. Ao mesmo tempo, o país respondeu às críticas de que prioriza a diplomacia da vacina lançando uma campanha de imunização para chineses que moram no exterior, incluindo locais como a contestada ilha de Taiwan.
Os anúncios foram feitos pelo chanceler chinês, Wang Yi, em entrevista durante o encontro do Congresso Nacional do Povo, uma das Duas Sessões que coroam o ano legislativo da ditadura chinesa — a outra é de um órgão consultivo.
O Brasil atingiu a marca dos 8,7 milhões de vacinados contra a Covid-19. No total, 8.736.891 brasileiros receberam pelo menos uma dose de vacina, o equivalente a 4,13% da população nacional. O levantamento foi divulgado na terça-feira (9) e é feito pelo Consórcio de Veículos de Imprensa, com base nas informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde. De terça para quarta-feira (10), a primeira dose de imunizante foi aplicada em 238.962 pessoas. Outros 126.419 brasileiros receberam a segunda dose nas últimas 24h.
Mais de 100 farmacêuticas e outras empresas e instituições da área da saúde realizaram uma série de reuniões para discutir como aumentar a produção de vacinas contra o coronavírus. As organizações destacaram que o grande número de doses necessárias está começando a levar à escassez de algumas das matérias-primas necessárias.
O encontro, organizado pela Chatham House e que segue regras estritas de confidencialidade, enfocou o duro desafio de produzir todas as vacinas planejadas, uma tarefa que os participantes consideram ser sem precedentes.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, fez na terça-feira (9) um apelo para que a China ajude o Brasil a ter vacinas contra a Covid-19. O pedido está em carta endereçada pelo deputado ao embaixador do país asiático, Yang Wanming. A China é um dos principais fabricantes de produtos farmacêuticos do mundo.
Lira pede “um olhar amigo, humano, solidário” dos chineses. Solicita ajuda para “superar a pandemia, oferecendo os insumos, as vacinas e todo o apoio que este grande parceiro da China precisa neste grave momento”.
Pelo menos 11 indícios, que podem ser usados como prova, reforçam que a cúpula do Ministério da Saúde tinha conhecimento prévio sobre a grave escassez de oxigênio nos hospitais em Manaus e foi omissa diante do tamanho do problema. O ministro Eduardo Pazuello é suspeito de crimes e investigado em inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal).
Os indícios estão em um relatório assinado pelo próprio ministro, em um documento da secretaria-executiva da pasta, em um plano de contingências montado para lidar com a crise no Amazonas, em relatórios de grupos independentes enviados ao estado e em e-mails e documentos da White Martins, empresa contratada pelo governo local para abastecer as unidades de saúde.
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