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A Organização Mundial da Saúde revelou sua profunda preocupação com a rapidez de disseminação do vírus em todo mundo. O número de casos do novo coronavírus segue crescendo exponencialmente e ultrapassou os 980 mil nesta quinta-feira, de acordo com a Universidade Johns Hopkins. Só nos Estados Unidos, que é atualmente o país mais afetado pela pandemia, mais de 226 mil pessoas testaram positivo para a doença desde o início da crise.
A representante da Casa Branca para a coordenação da resposta ao surto de COVID-19, Deborah Birx, admitiu que as estimativas para o país estão entre 1,5 e 2,2 milhões de mortes no país, no pior dos cenários. A região de Nova York é a que enfrenta situação mais complicada. Desde o início da epidemia, há registro de mais de 92 mil casos e quase 1.400 mortes.
Os dados compilados pela Universidade também mostram que a total de mortes relacionadas à doença passou de 50 mil em todo o mundo. A Itália segue como o país que registrou mais óbitos, chegando a pouco menos de 14 mil. A Espanha fica logo atrás dos italianos, contabilizando 10 mil mortes até às 13 horas desta quinta-feira.
Na América Latina, o Equador também vive uma crise no sistema funerário em meio à pandemia: o governo equatoriano informou que retirou 150 corpos que estavam em residências. As autoridades não confirmaram quantas dessas pessoas foram vítimas da COVID-19 e reconheceram as falhas do sistema funerário que fizeram com que médicos forenses e funerárias não conseguissem atender rapidamente aos casos de mortes em meio ao toque de recolher de 15 horas instaurado no país. Uma força-tarefa conjunta militar e policial foi criada pelo governo para lidar com a emergência.
O Brasil fará um teste em massa para saber qual a porcentagem da população já foi infectada pelo novo coronavírus. Cerca de 100 mil pessoas serão testadas em 3 etapas que acontecerão a partir da metade de abril. O objetivo da pesquisa é estimar o alcance real da epidemia e o avanço do número de casos. Este vai ser o primeiro retrato da doença pelo país incluindo pacientes além daqueles que procuram os serviços de saúde com sintomas severos. Com os dados mais precisos será possível descobrir quais são as regiões mais atingidas do país e planejar as medidas de contenção mais assertivas.
De acordo com um ranking da Universidade de Oxford que acompanha medidas de redução de riscos da pandemia, o Brasil melhorou de posição na última semana. Em um índice que vai de 0 a 100, o Brasil tem 76 pontos, contra 36 na semana passada. A universidade atribui pontos a 11 tipos de medidas diferentes, sendo 6 de distanciamento social, 2 de alívio à perdas econômicas, 2 de saúde e 1 de comunicação. Entre as iniciativas tomadas pelo país estão o cancelamento de aulas, o fechamento shopping centers e comércio de rua em quase todos os estados (com exceção de três), além da restrição à entrada de estrangeiros.
O Ministério da Saúde atualizou na tarde de hoje seu balanço diário que mostra os números da epidemia do coronavírus no Brasil. Quase 300 mortes e 7.910 casos confirmados foram contabilizados pelo governo federal. A Pasta divulgou também a abertura de uma portaria na qual define como será a capacitação e cadastro dos profissionais de Saúde para atuar na ação “O Brasil Conta Comigo”. A medida considera como profissionais da área de Saúde aqueles que respondem às seguintes categorias: serviço social, biologia, biomedicina, educação física, enfermagem, farmácia, fisioterapia e terapia ocupacional, fonoaudiologia, medicina, medicina veterinária, nutrição, odontologia, psicologia e técnicos em radiologia. O objetivo é atender a uma eventual necessidade de mobilização de profissionais que possam atuar em serviços ambulatoriais e hospitalares do SUS para responder à situação emergencial. O programa também permitiu que alunos dos cursos de graduação de medicina, enfermagem, fisioterapia e farmácia cumpram “estágio curricular obrigatório”, em caráter “excepcional e temporário”, para ajudar no combate ao vírus.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, comunicou durante a transmissão do levantamento que o Brasil possui um plano de logística para enviar aviões à China para buscar equipamentos de saúde contra o novo coronavírus, caso seja necessário. As principais demandas do país são focadas em Equipamentos de Proteção Individual e respiradores. Mandetta enfatizou que o desafio maior é garantir a entrega dos produtos diante da demanda mundial e lembrou que a China produz mais de 90% dos equipamentos de saúde do mundo. Semanas antes do pico esperado da doença no Brasil, o país continua sem estoques de equipamentos de proteção individual para distribuir a profissionais de saúde. A pasta aguarda resultado de negociação com fornecedores do exterior.
A declaração de Mandetta chega depois de um incidente diplomático envolvendo a França, os EUA e a China. Uma autoridade regional francesa afirmou ontem que a competição para obter máscaras fabricadas na China é tamanha que os estadunidenses fazem ofertas de pagamento em dinheiro vivo e de três a quatro vezes mais caro que o preço original. As compras estão sendo realizadas diretamente nas pistas dos aeroportos chineses antes dos aviões iniciarem sua viagem à França. A movimentação foi intensificada depois que os EUA entenderam que a barreira da máscara poderia ajudar a reduzir a propagação da Covid-19, principalmente por pessoas assintomáticas. De acordo com pesquisas científicas recentes, as transmissões do vírus por pessoas sem sintomas corresponde a cerca de 60% do total.
A China anunciou que intensificará a triagem de pessoas infectadas com o novo coronavírus que não apresentam sintomas. O monitoramento será ampliado para incluir contatos próximos de pacientes com a COVID-19. O objetivo é colocar estas pessoas em quarentena concentrada em tempo hábil, e as instituições médicas terão ajuda de comunidades e clínicas locais para identificar os casos. Os pacientes assintomáticos identificados serão submetidos a observação médica por duas semanas e serão liberados após testarem negativo para o vírus por duas vezes consecutivas.
A Comissão Nacional de Saúde da China divulgou que, até fim da quarta-feira, 170 pessoas receberam alta dos hospitais que estão combatendo o coronavírus, totalizando 76.408 pacientes curados. Ao todo, a China contabiliza 81.589 casos desde o início do surto – desta conta, 3.318 faleceram em decorrência da doença.
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