Foto de capa: Daniel Castelo Branco / Agencia O Dia
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Um estudo divulgado ontem (28/4) pela Universidade de Tecnologia e Design de Singapura prevê que o fim da pandemia no Brasil deve ocorrer entre junho e agosto deste ano. De acordo com os dados, 97% da pandemia terminará no dia 1/6 no país, e 100% da situação estaria normalizada em 23/8. O estudo usa dados de autoridades de saúde de 131 países. No caso dos números do Brasil, os dados se basearam na situação em 27/04.
A estimativa traz um prazo menor do que as previsões feitas por profissionais da saúde, que citam setembro, outubro e até 2021. Cabe ressaltar que, embora existam diversos estudos a respeito, a Organização Mundial de Saúde não tem uma previsão concreta.
Outro estudo internacional, este liderado por brasileiros, sobre o primeiro mês de casos de COVID-19 no país afirma que, até 25/3, quase metade das infecções ocorreram entre pessoas de 20 a 39 anos e que 10% dos 1.468 casos registrados à época precisaram de internação. Destes, 15,6% precisaram de ventilação mecânica. A pesquisa é preliminar, tem apoio do Ministério da Saúde e envolve pesquisadores da USP de Ribeirão Preto e de São Paulo, além da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e de Harvard, nos Estados Unidos.
Reabertura econômica pelo mundo
Alguns países retomam gradualmente suas atividades econômicas e trabalham para aliviar os impactos internos causados pelo novo coronavírus na economia.
Na província chinesa de Wuhan, primeiro epicentro da pandemia, residentes com um QR Code verde fornecido pelo governo em seus telefones celulares – que significa que eles são saudáveis - puderam voltar ao trabalho depois de 76 dias de lockdown.
Na Itália, um dos países europeus mais afetados pelo novo coronavírus, grande parte da produção retorna já no início de maio. Os bares e restaurantes seguirão fechados por mais um tempo, mas terão liberdade para realizar um sistema de entrega, onde o cliente poderá pedir e retirar a comida no estabelecimento.
No Brasil, o Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo foram unânimes ao declarar que a reabertura do comércio na capital para o Dia das Mães está descartada. O posicionamento foi revelado na manhã da última segunda-feira (27/4) em uma coletiva de imprensa realizada no Palácio dos Bandeirantes. Já há estudos em curso para criar regras para uma reabertura gradual de negócios em São Paulo, num trabalho realizado por economistas e especialistas em saúde. Mas as normas serão conhecidas somente na próxima semana. O prefeito Bruno Covas destacou ainda que 2 mil fiscais das subprefeituras estão atuando na fiscalização do comércio para notificar empresas funcionando de maneira irregular na capital. Os fiscais poderão lacrar e fechar estabelecimentos não essenciais que forem flagrados abertos.
Governo do RJ denuncia demora na entrega de testes
O Governo do Rio de Janeiro afirma que recebeu apenas 7% de lote de 1,2 milhão de testes para Covid-19, um mês após anúncio de compra. Somente 87 mil exames chegaram e a Secretaria da Saúde acrescentou em nota que espera a “entrega da quantidade restante pelo fornecedor”, ou seja, pouco mais de 1,1 milhão de testes.
A demora na entrega dos testes vai de encontro ao anúncio do governo no início do mês. No dia 2/4, o secretário de Saúde, Edmar Santos, afirmou em entrevista coletiva que o estado pretendia iniciar os testes na segunda-feira seguinte, dia 6/4. Além dos 87 mil testes que o governo afirmou ter recebido, o RJ também ganhou uma doação da Petrobras de 200 mil exames. A empresa comunicou, no dia 20/4, também ter entregue outras centenas de milhares de testes do tipo RT-PCR ao Ministério da Saúde.
Amazonas enfrenta crise funerária causada pela pandemia
Número de enterros em Manaus pode atingir pico de 4,2 mil no mês de maio, aponta a Prefeitura. Com uma média atual de 100 sepultamentos por dia, enterros noturnos e conflitos sobre o sistema de agrupamento de caixões, a gestão manauara estima que a situação ainda pode piorar. Essa projeção tem como base o pico de enterros em abril, quando a capital atingiu 140 enterros. A Prefeitura informou que esse quantitativo serve como projeção do pior cenário de maio.
Um novo procedimento de empilhar caixões havia sido tomado por conta do aumento drástico no número de sepultamentos na capital. Diante da repercussão negativa sobre o empilhamento dos caixões de pessoas mortas em Manaus, a prefeitura voltou atrás e informou que não serão mais realizados sepultamento em ”sistema de camadas” no cemitério público Nossa Senhora Aparecida.
O Brasil bateu novo recorde de mortes em um dia em razão da pandemia do novo coronavírus, com 474. Segundo atualização do Ministério da Saúde divulgada ontem (28/4), o total subiu para 5.017, um aumento de 10,4%. São 71.886 pessoas infectadas no total. Nas últimas 24 horas foram adicionadas às estatísticas mais 5.385 casos, aumento de 8,1% em relação à última segunda-feira (27/4), quando foram registradas 66.501 pessoas nessa condição.
O ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu que há um “agravamento” da situação do novo coronavírus no Brasil. Na quinta-feira passada (22/4), quando o ministério registrou 407 mortes, o recorde até aquele momento, Teich afirmou que a pasta não sabia ainda se o resultado representava um esforço de fechar diagnósticos ou uma linha de tendência de aumento.
O ministro ressaltou, no entanto, que há diferentes situações nas cidades brasileiras e que devem ser tratadas de forma diferente para diferentes regiões.
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