Foto de capa: Sebastião Moreira/EFE
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A cidade de São Paulo terá a quarentena prorrogada novamente e vai adotar restrições mais rígidas para impedir o avanço do coronavírus. De acordo com o secretário municipal da saúde, Edson Aparecido, a data divulgada anteriormente – 10/5 -, não é mais válida. A confirmação chega depois que a capital registrou 1.456 óbitos causados pela doença.
Com isolamento social em torno de 48% nos últimos dias, a cidade de São Paulo teve um aumento significativo de novos casos confirmados da doença, passando de uma média de 812 notificações por dia para 3.400, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. A falta de adesão da população ao isolamento social preocupa o governo, já que a consequência da contaminação pode ser refletida em uma média de 10 a 15 dias, quando deve ser registrado o pico da doença no mês de maio. Com o aumento repentino de casos de coronavírus na cidade, o sistema de saúde fica sobrecarregado e não consegue absorver novos pacientes.
A Prefeitura do Rio de Janeiro e o governo do estado também prorrogaram as medidas de isolamento social. O prefeito Marcelo Crivella afirmou na manhã desta quinta-feira (30) que as restrições no município seguem pelo menos até o dia 15/5. Em síntese, as medidas suspendem aulas presenciais em todos os níveis de ensino, mantêm o comércio fechado – como shoppings e lojas de rua – e proíbem aglomerações, como o banho de mar nas praias e festas.
Restaurantes só podem funcionar para retirada em balcão ou para entregas. Bares também não podem permitir o consumo de bebidas no local. No Município do Rio, é obrigatório o uso de máscaras na rua – com a ressalva de que apenas serviços considerados essenciais podem funcionar.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, prorrogou as medidas restritivas no estado. O decreto assinado hoje mantém a suspensão das atividades econômicas até o dia 15 de maio e das aulas nas escolas, universidades e demais estabelecimentos de ensino, públicos e privados até 30 de maio. O estado registrou mais 470 infectados pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, sendo 187 deles enquadrados como Síndrome Respiratória Aguda Grave e 283 casos leves.
Até agora, os casos graves confirmados da doença estão distribuídos por 117 municípios pernambucanos, além do Arquipélago de Fernando de Noronha e da ocorrência em pacientes de outros estados e países. Dos casos graves, 1.552 receberam alta hospitalar, por apresentarem melhora do quadro clínico, contudo, por ainda estarem sintomáticos, estão em isolamento domiciliar. Outros 1.002 estão internados, sendo 203 em UTI e 799 em leitos de enfermaria, tanto na rede pública quanto privada.
Foram registradas 5.541 mortes provocadas pela COVID-19 e 80.246 casos confirmados da doença em todo o país. Nesta semana, o número de mortes no Brasil superou o da China, que registrou 4.632 óbitos pelo novo coronavírus.
A taxa de contaminação no Brasil é de 2,8 – a maior entre 48 países analisados pelo Imperial College de Londres. Isso significa que cada pessoa contaminada pelo vírus no Brasil infecta quase 3 pessoas. O país com a menor taxa de transmissão é a Grécia, com 0,44.
O indicador da instituição aponta que a transmissão do coronavírus no país ocorre de forma mais rápida do que os outros países analisados – o que pode levar a mais casos que precisem de atenção médica e à superlotação de leitos hospitalares.
Uma outra pesquisa realizada pelo mesmo instituto aponta que homens e pessoas obesas têm menos chances de sobreviver a diagnósticos graves da COVID-19. De acordo com o Departamento de Saúde e Assistência Social britânico, a doença pode ser mais grave em pessoas idosas e com problemas crônicos do coração, pulmão e rins, sistema imunológico enfraquecido, diabetes e alguns tipos de câncer. No entanto, pouco se sabe sobre como o vírus explora a idade, sexo e outras condições de saúde subjacentes.
O estudo não identificou as razões pelas quais as pessoas obesas vivenciam mais casos graves do coronavírus e morrem mais do que outros grupos. Contudo, os pesquisadores acreditam que uma das causas é a capacidade reduzida da função pulmonar e uma maior inflamação no tecido adiposo.
Nos Estados Unidos, desde o início da crise do coronavírus, mais de 26 milhões de norte-americanos solicitaram os subsídios do seguro-desemprego. O volume não acontecia desde o início dos registros na década de 1940 e equivale a 1 em cada 6 trabalhadores assalariados. A economia caiu 4,8% no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2019, sobrecarregada pelo início do surto da pandemia no país. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento de Comércio. O país registra atualmente mais de 1 milhão de infectados e 61 mil óbitos.
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