O pipa (ou alaúde chinês) é um tradicional instrumento de corda. Feito de madeira, possui uma caixa de ressonância achatada em formato de meia pera, conectada a um braço comprido, dividido em tons por filetes. Quatro (ou cinco) cordas são tocadas com palheta ou com os dedos, como o violão ocidental.
O corpo de madeira do pipa também pode ser tocado e suas cordas torcidas para criar variantes sonoras. Essa versatilidade permite a execução de diferentes estilos de música nos pipas. As versões mais modernas possuem cordas de aço para se adaptar a novos estilos musicais.
Sua origem é controversa. Alguns pesquisadores acreditam que o pipa surgiu a partir de um alaúde semelhante de origem persa. Porém, existem fortes evidências de que tenha sido criação chinesa, considerando a longevidade das citações encontradas em diversos documentos históricos.
Os dois caracteres do seu nome em chinês, pí (琵) e pá” (琶), referiam-se inicialmente a duas técnicas de tocar. Pi significa a movimentação das mãos para frente, e pa, implica no movimento para trás. Na verdade, há cerca de 2.000 anos todos os instrumentos de corda eram conhecidos por pipa.
Sua forma atual foi difundida pela China nos séculos V e VI. O som refinado e o tom delicado tornaram-se parte fundamental das poesias declamadas durante a Dinastia Tang (618-906).
Murais antigos nas cavernas Mogao, de Dunhuang, ao longo da Rota da Seda, retratam este instrumento nas mãos de donzelas celestiais.
Por centenas de anos o pipa foi considerado o “rei” dos instrumentos de corda, pela exigência de técnicas apuradas de execução. Segundo estudiosos, a construção do pipa simboliza as antigas crenças chinesas sobre o universo e o mundo natural. O corpo do instrumento, segundo as métricas tradicionais chinesas, deve ter um metro e meio. Cada media representa um dos três reinos – céu, terra e homem. As quatro cordas pipa representam as quatro estações do ano.
Acredita-se que os outros alaúdes tradicionais da Ásia são variações do pipa, como a biwa japonesa e a dan ty ba vietnamita.
Veja a apresentação de Vivian Liu